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Daí a minutos; penetrávamos respeitável instituição, onde cooperaríamos na transformação de entidades perigosas pela avançada cultura desviada para o mal.

Conduzido por Guillon a extensa sala, com surpresa forte aí encontrei Leopoldo Cirne rodeado de dezenas de entidades menos evolutivas, a lhe escutarem a palavra, atenciosas.

Era uma aula perfeita na qual o velho amigo preparava futuros companheiros para a contribuição espiritual de ordem elevada.

Notei-lhe a preocupação de sintetizar para ganhar tempo.

Dos tópicos registrados por mi, assinalei, por mais expressivo, o ensinamento da cooperação.

Ainda depois da morte – enunciava ele -, a fraternidade é o caminho da salvação. Para que um criminoso retome o patrimônio da paz, urge regenerar-se e socorrer os irmãos ignorantes que tiveram também o infortúnio de resvalar nos despenhadeiros do crime; a fim de que o intemperante se reajuste, é imprescindível se cure, colocando-se no auxílio aos que ainda não puderam libertar-se dos maus hábitos; se o ingrato deseja iluminar o próprio caminho, convém-lhe a reparação dos erros em que se mergulhou impensadamente, amparando o próximo de coração enrijecido, despertando-o para os benefícios da gratidão.
Inadiável, portanto, é a reforma íntima com o trabalho de auto-aperfeiçoamento, para que a dádiva da reencarnação produza frutos de paz e sabedoria.

Os Espíritos, revelando fundo interesse, ouviam-no com a mesma atenção com que na Terra se registram informe alusivo ao dinheiro fácil.

Sorridentes, Guillon comentou a posição diversa em que nos achamos, atravessado o sepulcro. Enquanto no mundo vulgar, esmagadora maioria das criaturas menospreza a alma, atendendo às vantagens imediatas do corpo, sobrevindo a morte assinala-se a reviravolta – os indiferente de ontem, na maioria, buscam o olvido das impressões que lhes ficam da experiência física, procurando as vantagens da alma.

Ninguém se eleva do chão planetário, ostentando asas alheias e, daí, as organizações numerosas de assistência e socorro sobre a Terra mesmo.

Cirne é um dos pioneiros dessas escolas de preparação espiritual. Terminada a aula, veio ter conosco, prestativo e amável.

- Então – disse-lhe, satisfeito -, orientando nossos irmãos para o céu?

Fitaram em mim aqueles mesmos olhos cintilantes que lhe conhecíamos noutro tempo e respondeu: - Não, Jacob, não é nem isto. Se na esfera carnal trabalhamos na condução do próximo para que aprenda a bem morrer, cooperamos agora a fim de que saiba renascer com proveito.


Por: Irmão Jacob, Do livro: Voltei, Médium: Francisco Cândido Xavier


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