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Nós, brasileiros, temos o péssimo costume de maximizar os problemas do nosso país e minimizar o que há de bom. Por exemplo, a mídia insiste em nos informar de forma excessivamente repetida a péssima notícia de que, segundo JP Morgan, nosso país "é o terceiro maior risco do mundo para o capital volátil", mas não lemos com freqüência a ótima notícia de que, segundo o Eurasian Group, nosso Brasil "é o terceiro menor risco do mundo emergente para o capital produtivo" (veja Joelmir Beting, abaixo). Por estas e outras, é muito saudável ler textos isentos de paixões que retratam - com fatos - o belo e bom país que vivemos, não obstante tantas coisas ainda a serem corrigidas (como também ocorrem em muitos outros países!)
Para nossa reflexão transcrevo a seguir partes de textos de três jornalistas consagrados, possuidores, dentre outras qualidades, do tão pouco usado bom senso:
I - JOELMIR BETING
Extraído do Jornal O Estado de São Paulo, de 15/9/02, página B2
"Que risco é esse?
"O Brasil não está em colapso econômico. Duas dezenas de países, por baixo, estão nessa situação. 
"O Brasil não está a caminho de uma crise bancária da variedade bankrupty. Duas dezenas de países, no mínimo. Estão nessa situação (incluído o Japão, o bão).
"O Brasil não está em estado de choque no campo político. Duas dezenas de países, não é de hoje, estão em pé de guerra civil ou a um grito do golpe de Estado.
"O Brasil não está prisioneiro de uma gandaia fiscal. Duas dezenas de países, abertos ou fechados, estão literalmente quebrados. 
"O Brasil não está dopado por qualquer farra de crédito (sobrevive há décadas sob garrote monetário). Duas dezenas de países, tigrada no meio, tem crédito bancário acima de 110% do PIB (aqui, abaixo de 30%).
"O Brasil não está na rabeira do mundo no ranking de indicadores sociais da ONU, os do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Uma centena de países, exatamente, vegeta com IDH abaixo do nosso.
"O Brasil não está na lista negra do capital produtivo das empresas transnacionais. Quatro dezenas de países, todos emergentes, estão ranqueadas no rodapé do Brasil.
"O Brasil não está no limite de bater com a cabeça no teto do potencial econômico. Dezenas de países ou não têm potencial ou já esgotaram o potencial existente, com hiato de produto perto de zero. 
"O Brasil tem mega mercados para desenvolver, com massa crítica para pontificar na economia global. Uma centena e meia de países tem de tocar a vida em regime de economia de manutenção e ou de reposição.
"O Brasil é um mercado em construção, economia de investimento, cujos gargalos institucionais e até estruturais podem ser removidos a golpes de decisões adequadas e de políticas pontuais. Dezenas de países já esgotaram reservas para crescer na horizontal do território e na vertical da produtividade - em especial, na vasta cadeia de valor do agronegócio.
"O Brasil ainda tem para puxar o maior de todos os elásticos da economia e da sociedade do século 21: o da revolução pela educação e o da revolução na educação. Dezenas de países ou já desfrutam dessa vantagem comparativa ou ainda estão distantes de uma sinergia proativa entre escola e empresa.
"O Brasil ocupa posição de destaque em indicadores internacionais de empreendedorismo pelo lado da oferta e de propensão ao consumo pelo lado da demanda. Dezenas de países não dispõem de uma coisa nem de outra - como que esnobando o DNA da economia mais poderosa e mais competitiva da História, a da águia americana, hoje estressada pelo sucesso e não pelo fracasso.
"Ah! O Brasil é o terceiro maior risco do mundo. 
Para quem? - Terceiro maior risco do mundo para o capital volátil (JP Morgan) versus terceiro menor risco do mundo emergente para o capital produtivo (Eurasian Group). O tal de "mercado" só troveja o primeiro, amoitando o segundo.
Tabelinha - O terrorismo cognitivo a serviço do capital volátil de bancos e fundos desvaloriza o real e deixa o Brasil cada vez mais barato, em dólar ou euro, para o capital produtivo das múltis. Até parece jogada ensaiada.
Risco país? - O que desfila crachá de risco país não é o Brasil real que funciona, investe, arrisca, contrata, produz, compra, vende, emprega, trabalha. Risco país não é o Brasil das reservas naturais, dos recursos humanos, dos marcos institucionais, dos padrões culturais.
Risco papel - O risco país, o da chantagem emocional, é o de quem compra e vende título do governo brasileiro lá fora, cotados de minuto a minuto por um certo Embi+ do JP Morgan." 
II - JOÃO MELLÃO NETO
Extraído do Jornal O Estado de São Paulo, de 6/9/02, página A2
"(...) Eu me arrisco a informar que a nossa principal crise é de autoconfiança. O Brasil é tão inviável assim? Vejamos.
À diferença da maior parte das nações, não há, por aqui, nenhum problema que não possa ser resolvido, impasse que não possa ser superado, litígio que não possa ser negociado. Não se justifica essa mania nacional que é o pessimismo.
Somos a quinta maior nação do planeta. Possuímos a décima maior economia do mundo. Somos 170 milhões de brasileiros e milagrosamente estamos unidos pelo mesmo idioma. Não existe sequer dialetos. Não há entre nós conflitos étnicos, raciais, religiosos ou políticos suficientemente fortes para nos dividir ou levar a sociedade a se digladiar. Não temos terremotos, vulcões, desertos ou furacões. Nosso parque industrial é pujante e nossa agricultura é uma das maiores e com maior potencial de toda a Terra. Somos, sim, uma nação abençoada. Por que não nos damos conta disso?
(...) Convém refletir sobre tudo isso. Talvez os nossos problemas nos pareçam tão grande simplesmente porque estamos de joelhos.
Levantemo-nos."
III- LUIS NASSIF
Extraído do Jornal Folha de São Paulo, de 29/9/01, página B3
"(...)... parece se confirmar a grande vocação brasileira. O mundo caminha para ampliação de conflitos étnicos, o chamado choque de culturas. Há alguns anos, pensadores de primeiro nível vinham antecipando que o país que poderia fazer a mediação, ser o grande negociador internacional, não apenas no campo político mas no da integração dos negócios seria o Brasil, por nossa formação multirracial e de tradição de boa convivência."
Caro(a) amigo(a), conforme parágrafo logo acima, você sabia que o nosso Brasil foi apontado por pensadores de primeiro nível como o país ideal para ser o grande negociador internacional nos campos político e de negócios?
Não selecionei estes textos para causar a falsa impressão de que tudo está bem em nosso país. Não está. Há muito a ser feito. 
Para que não sejamos omissos, não nos descuidemos dos fatos tristes, das realidades que ainda mancham nossa consciência e, em alguns casos, envergonham-nos. Casos estes como o avançar da criminalidade, a abusiva taxa de juros, o alarmante déficit da Previdência, o alto nível de desemprego, o ineficiente sistema tributário e principalmente os 53 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza.
Essa é a realidade: há muito, muito a ser feito.
Mas se a ênfase da mídia e do povo brasileiro até agora tem sido o negativo, por que não começarmos a enfatizar também o muito que temos de positivo? Será que o brasileiro sabe que, não obstante o nível educacional ainda precário, atingimos o percentual de 97% de crianças matriculadas nas escolas? Índice este - num país continental como o nosso - até há pouco tempo considerado impossível de ser atingido.
E se é para reforçar o positivo, a revista Veja, edição especial de maio/2.002, páginas 18 e 19, informava que das 26 principais características presentes nos países pobres, o Brasil, até meados da década de 90, tinha todas elas. A mesma revista esclareceu que, nos últimos anos, o Brasil conseguiu livrar-se de 16 das 26 marcas negativas.
Veja bem, em apenas alguns anos o Brasil ficou livre de 61% dos indicadores de países pobres. Você tinha conhecimento dessa excelente notícia?


Por: Alkindar de Oliveira, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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