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Alma humana, alma humana, tu que dormes
Entre os grandes colossos desconformes
Da carne, essa voraz liberticida,
Desse teu escafandro de albuminas,
Em tua mesquinhez não imaginas
A intensidade esplêndida da Vida!

Inda não vês e eu vejo panoramas
De luz em gigantescos amalgamas
De sóis, nas regiões imensuráveis, 
Auscultando os espaços mais profundos 
Na sinfonia harmônica dos mundos, 
Singrando a luz de céus incomparáveis.

Do teu laboratório de arterites,
De gangliomas, úlceras, nevrites
Ao lado de humaníssimas vaidades, 
Não podes perceber as ressonâncias, 
Quinta-essências de todas as substâncias 
Na fuidez das eletricidades.

Aqui não há vertigens de nevróticos, 
Nem bisonhos aspectos de cloróticos 
Nas estradas de eternos otimismos! 
A vida imensa é coro de grandezas, 
Submersão nas fluídicas belezas, 
Envergando os etéreos organismos.

Ante a minhalma fulgem ideogramas,
Pensamentos radiosos como chamas,
Combinações no Mundo das Imagens;
São vibrações das almas evolvidas
E que, concretizadas e reunidas,
Formam luminosíssimas paisagens...

Em pleno espaço – Imensidade de ânsias,
Sem aritmologias das distâncias,
Sem limites, sem número, sem fim.
Deus e Pai, ó Artista Inimitável,
Deixai meu ser esdrúxulo, execrável,
No prolongado e edênico festim!


Por: Augusto dos Anjos, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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