O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
O Homem grávido: alterações no sexo masculino durante o período gestacional da mulher
Durante os nove meses de gestação, as mudanças físicas e
emocionais que ocorrem com a mulher são tão evidentes, que acabamos deixando de lado um importante personagem desta história: o homem. Sua participação não se restringe à concepção. Além das preocupações de ordem material, passa por um delicado processo onde a figura de “filho” deverá dar lugar a de “pai”.
Inúmeros são seus questionamentos e suas incertezas, próprios da adaptação a uma nova situação. Porém, acreditando que poderiam ser interpretados como um sinal de fraqueza, muitos acabavam reprimindo tais sentimentos. Buscavam, a qualquer custo, manter a falsa imagem de “fortes protetores” da família.
Felizmente, nas últimas décadas, o papel do pai dentro do contexto familiar
sofreu algumas alterações. Como as mulheres passaram a compartilhar com seus
parceiros a tarefa de “prover” recursos para o lar, os homens sentiram-se mais a
vontade para dividirem com elas o papel de cuidadores e educadores de seus
filhos. Encontraram, também, maior facilidade para falar sobre o que sentiam.
Em agosto deste ano, a revista Crescer (edição 153) publicou relatos de homens
que contaram o que sentiram durante a gravidez de suas parceiras. Enjôo,
sonolência, desejo por determinados alimentos e ganho de peso foram algumas das
queixas apresentadas. O interessante é que tais sintomas costumam ser atribuídos
apenas às gestantes, cuja explicação estava nas alterações hormonais ocasionadas
pela presença do bebê em seu organismo.
Já em 1960, tais sintomas no homem forem descritos como componentes da Síndrome
de Couvade. Acreditava-se que sua causa estava restrita a fatores emocionais
desses pais, possuindo apenas um aspecto psicológico.
Porém, o aumento do número de casos relatados fez com que alguns cientistas se
interessassem pelo assunto. Estudo das universidades Memorial e Queens, no
Canadá, coordenado pelas pesquisadoras Anne Storey e Katherine Wynne-Edwards,
mostrou que a maioria dos futuros pais sofre modificações em seus níveis
hormonais. Ao monitorarem essas substâncias nos homens, as cientistas
constataram que em determinadas fases da gravidez, eles tinham um aumento de até
20% nos níveis de prolactina (responsável pela amamentação e em alguns pássaros
e mamíferos está ligada ao comportamento paternal). Aqueles que relatavam sentir
os mesmos sintomas da mulher eram os que apresentavam a maior quantidade desse
hormônio. Já os níveis de testosterona, abundante no sexo masculino, diminuíram
tanto na gravidez quanto nas primeiras semanas de vida do bebê. Segundo
especialistas, sua queda diminuiria a agressividade, favorecendo a cooperação
entre pais e mães.
Mas se durante a gravidez não existe contato físico direto entre os pais e os
bebês, qual seria a explicação para tais alterações na maioria dos casos,
independente de apresentarem ou não sintomas? E por que em alguns essas
modificações, assim como nas gestantes, eram mais evidentes do que em outros?
Dentro do paradigma materialista, a única explicação encontrada foi atribuir aos
feromônios a origem do que se observava. Acredita-se, assim, que essa substância
química, exalada pelo corpo da mulher, desencadearia as oscilações hormonais nos
homens. Quanto mais próximos das mulheres, maior a probabilidade de o homem
experimentar os sintomas de gravidez. Entretanto, tal justificativa está longe
de explicar o fenômeno e todas as suas nuances. Além disso, por que esse quadro
não é observado nas demais pessoas envolvidas com as gestantes?
Compreendendo o indivíduo como o produto da interação corpo-mente-espírito,
encontramos respostas mais plausíveis. Em Entre a Terra e o Céu, André Luiz
relata que as trocas entre a gestante e o bebê não se restringem ao campo
material. Existe um intercâmbio constante de sensações diversas entre esses dois
espíritos. Explica que a ciência do porvir será capaz de auxiliar as gestantes
nos quadros de náuseas intensas, quando compreender que apesar das
características de ordem fisiológicas, a origem de tais desequilíbrios é de
essência espiritual. Segundo ele, o organismo materno, absorvendo as emanações
do espírito reencarnante, funciona como um exaustor de fluidos em desintegração.
Estes nem sempre são aprazíveis ou facilmente suportáveis por ela,
encontrando-se aí, a origem dos enjôos.
Todavia, não podemos esquecer que mais um espírito tem significativo compromisso
nesse processo reencarnatório: o pai. É certo que as trocas entre a mãe e o
espírito reencarnante são mais intensas, uma vez que seus corpos estão
diretamente ligados. Porém, como nos ensina Kardec em O Livro dos Espíritos, a
comunicação entre os espíritos encarnados ou não encarnados, se estabelece pelo
contato dos fluidos que compõem seus perispíritos. Assim, o pai, em menor grau,
também está sujeito a essas influências.
E uma vez que sabemos ser a produção hormonal uma das formas de atuação do
espírito sobre o corpo, fica mais fácil compreender os resultados encontrados
nos laboratórios. Tanto para os homens, quanto para as mulheres.
Assim, buscando o alívio de tais sintomas, devemos associar à terapêutica médica
tradicional fatores que atuem diretamente na causa do problema. Para isso,
dispomos não só das leituras edificantes e da prática do Evangelho no Lar, como
também da fluidoterapia e do reequilíbrio magnético através de passes. Eles
certamente beneficiarão todos os envolvidos. O futuro pai também deve sentir-se
a vontade para compartilhar com sua parceira suas emoções. Tranqüilizando suas
mentes, juntos se prepararão para as oportunidades de aprendizado que virão.
Dra. Cristiane Ribeiro Assis, ginecologista e obstetra, com especialização em
Medicina Fetal, membro da AME-SP - matéria publicada na Folha Espírita de
dezembro de 2006
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Datas Importantes do Espiritismo
DEZEMBRO
02/12/1886 – Data de nascimento de José Petitinga, conhecido espírita baiano.
Nesta mesma data nasceu na Tchecoslováquia Frederico Figner que se tornou
diretor da Federação Espírita Brasileira.
02/12/1868 – Data de desencarne do responsável pela primeira edição das obras
básicas da codificação, o livreiro Didier.
04/12/1935 – Data do desencarne do criador da metapsíquica, Charles Richet.
10/12/1944 – Data de fundação da Cruzada dos Militares Espíritas.
10/12/1874 – Data do nascimento de um dos maiores tribunos espíritas: Manuel
Viana de Carvalho.
11/12/1761 – Data de nascimento de Joanna Angélica, em Salvador, Estado da
Bahia. São bastante conhecidas suas obras trazidas através da mediunidade de
Divaldo Pereira Franco, sob o nome de Joanna de Angelis.
15/12/1859 – Nasce Lázaro Luiz Zamenhof, o criador do Esperanto.
18/12/1903 – Data do desencarne de Augusto Elias da Silva, fundador da revista
Reformador e um dos fundadores da FEB.
24/12/1900 – Data do nascimento de Yvonne do Amaral Pereira.
24/12/1872 – Data de nascimento do esperantista Francisco Waldomiro Lorenz.
25/12/1915 – É fundada a Federação Espírita do Estado da Bahia.
30/12/1935 – É fundada em Piracicaba (SP) a “Associação Espírita Urubatão”