
Mesas Girantes, por Orson Carrara
Estudo com ressonância magnética mostra que funcionamento do cérebro de uma paciente é igual ao de pessoas saudáveis
Marília Juste, do G1, em São Paulo.
Usando imagens de ressonância magnética, pesquisadores britânicos viram que o cérebro de uma paciente que estava em estado vegetativo havia cinco meses reagia da mesma maneira que o de uma pessoa saudável. Os resultados sugerem que talvez pessoas nessa condição estejam de algum modo conscientes e têm tudo para reacender uma polêmica que ganhou as manchetes no ano passado.
Em março de 2005, o mundo parou para ver a morte da americana Terri Schiavo, que
havia passado os 15 anos anteriores em estado vegetativo. Após uma briga
judicial com os pais de Terri, seu marido, Michael Schiavo, conseguiu, na
Justiça, a autorização para desligar os aparelhos que a mantinham viva. Segundo
os médicos, não havia esperança de atividade cerebral na americana.
Não foi, entretanto, o que constataram médicos do Reino Unido, avaliando uma
outra paciente em estado vegetativo. Eles conseguiram detectar não apenas
atividade cerebral, mas também, acreditam, intenção. O que leva à questão:
afinal, uma pessoa com dano cerebral grave está morta e apenas seus órgãos
funcionam, ou está viva e não consegue se manifestar? E como é possível
diferenciar isso?
O estado vegetativo é diferente, e bem mais grave, que um coma. O coma é um
estado profundo de inconsciência. O paciente permanece desacordado e não
responde a estímulos do ambiente. Já em estado vegetativo, uma pessoa mantém
suas funções "automáticas", como dormir, acordar (inclusive abrindo os olhos) e
engolir saliva. Em alguns casos, pode até sorrir ou chorar. Mas não responde ao
ambiente e não tem funções cognitivas.
Até um tempo atrás, o estado vegetativo era chamado de "estado vegetativo
permanente", uma vez que os médicos acreditavam que essas perdas na cognição
jamais pudessem ser recuperadas. Os avanços da medicina, no entanto, mostraram
que cerca de 20% dos pacientes se recuperam. Por isso, o nome mudou. Virou
estado vegetativo "persistente".
Em seu estudo, os médicos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido,
procuraram desvendar o nível de consciência de uma mulher de 23 anos, que estava
em estado vegetativo persistente havia cinco meses. Ela era capaz de acordar e
dormir, mas não respondia ao ambiente.
Com imagens de ressonância magnética, os médicos observaram a atividade cerebral
da paciente enquanto eles se dirigiam a ela tanto com frases simples quanto com
ambíguas. Em ambos os casos, o cérebro se comportou como o de pessoas saudáveis.
Nas frases mais complexas, os cientistas observaram também que a paciente
ativava a região responsável por processar o entendimento.
A descoberta foi importante, mas ainda não era conclusiva, já que, segundo os
pesquisadores, o reconhecimento de frases faladas pode ser um processo que o
cérebro realiza independentemente da consciência. Por isso, um segundo estudo
foi feito. Ainda observada pela ressonância magnética, a paciente recebeu o
pedido de imaginar algumas situações, como a de estar andando pelos cômodos de
sua casa. Aí, a surpresa: ela imaginou.
Segundo os cientistas, mais uma vez, o cérebro da paciente mostrou o mesmo
comportamento do de pessoas saudáveis. Eles acreditam que não apenas ele manteve
suas funções, apesar do diagnóstico de estado vegetativo, como a paciente foi
capaz de demonstrar sua intenção de colaborar com a pesquisa e imaginar as cenas
pedidas.
Para o neurologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Cícero Galli
Coimbra, a pesquisa abala as crenças de que uma pessoa em estado vegetativo não
tem consciência. "O fato de não manifestar qualquer atividade motora não
significa que o paciente não está percebendo o que acontece ao seu redor", disse
ele.
Coimbra exemplificou. "Há alguns anos, um paciente acordou de um estado
vegetativo e só conseguia mexer as pálpebras. Foi piscando que ele conseguiu
mostrar que estava vivo e consciente. Ele só mexia as pálpebras, mais nada. E se
uma pessoa acorda e não consegue nem isso? Sem qualquer atividade motora, nem no
olhar, porque ela pode estar de olhos abertos e cega, como ela vai se
manifestar?", questiona ele.
Em seu estudo, os cientistas do Reino Unido alertam que suas descobertas não
significam, necessariamente, que todos os pacientes em estado vegetativo possuem
consciência. Cada caso é um caso e cada estado foi causado por um tipo de lesão
cerebral diferente. Mas alertam que é preciso melhorar os testes para a detecção
de cognição e consciência em pacientes com esse problema.
Cícero Coimbra concorda. "Precisamos de mais testes e testes melhores para
evitar grandes injustiças. E precisamos de mais pesquisas como essa e outras
ainda para tentar entender o que leva uma pessoa em um estado tão grave a se
recuperar", defende. "Quantas pessoas já sofreram porque recuperaram a atividade
cerebral, mas não conseguem mostrar isso?", alerta.
Os resultados da equipe britânica estão publicados na edição desta semana da
revista "Science".
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,AA1264695-5603,00.html
Dia 01 de 1880
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novembro de 1918.
Dia 01 de 1985
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Johannesburg, África do Sul.
Dia 02 de 1827
Nasce em Tulle, França, Pierre-Gaëtan Leymarie. Desencarna em 10 de abril de
1901, em Paris.
Dia 02 de 1980
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conferencista e pesquisador espírita. Nascido em Taubaté, SP, em 19 de janeiro
de 1892.
Dia 02 de 1981
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Dia 02 de 1995
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