
Mesas Girantes, por Orson Carrara
Dia 6 de julho completam-se 90 anos da primeira edição de
Parnaso de além-túmulo. À época, a Federação Espírita Brasileira publicava uma
obra que marcaria o tempo e a história. Escrita por um até então desconhecido
rapaz de apenas 22 anos de idade, de Minas Gerais, e que sequer concluíra o
ensino fundamental, Parnaso de além-túmulo trazia poemas assinados por grandes
nomes da língua portuguesa. Generosamente, abriram-se as portas para o grande
médium de Pedro Leopoldo.
Marco na história da Humanidade, a coletânea hoje reúne 259 textos ditados por
56 poetas brasileiros e portugueses. Mais do que uma primorosa obra, Parnaso
simboliza o início da extraordinária jornada de Francisco Cândido Xavier como
instrumento de Jesus na Terra.
Trabalho de estreia do médium, Parnaso de além-túmulo foi um livro-monumento,
construído ao longo de 40 anos.
Desde a 1ª edição, em 1932, até a 6ª edição, em 1955, somaram-se poetas e
produções literárias. Mas foi somente na 9ª edição, em 1972, comemorativa dos 40
anos da 1ª edição, que o conteúdo de Parnaso tornou-se definitivo. O trabalho
passa a trazer as notas e os estudos estilísticos de Elias Barbosa, que analisa
os textos dos poetas mortos com quando eram vivos.
Da zombaria à redenção: a história de Humberto de Campos e o Parnaso
Um dos muitos intelectuais a conhecerem o livro foi o famoso cronista Humberto
de Campos, que, à época, não soube compreender o real valor da obra. Escritor
reconhecido e cronista admirado, publicou, em um dos principais jornais
brasileiros daquele tempo, o Diário Carioca, críticas neutras, irreverentes e
com toques de ironia:
“O primeiro pensamento que assalta o leitor, antes de examinar o merecimento
literário da obra, é a ideia de que, nem no outro mundo, estará livre dos
poetas. […] A superioridade que esta vida apresenta sobre as outras está,
precisamente, no seu caráter transitório. […] E é esse consolo que não têm os
habitantes do Astral, os quais se acham condenados a escutar os maus poetas até
a consumação dos séculos.
[…] Por enquanto eu quero apenas pôr de sobreaviso os poetas vivos contra o
perigo que a todos nos ameaça com a ideia que tiveram os mortos de voltar a
escrever neste mundo em boa hora abandonado por eles. Se eles voltam a nos fazer
concorrência com os seus versos perante o público e, sobretudo, perante os
editores, dispensando-lhes o pagamento de direitos autorais, que destino terão
os vivos que lutam, hoje, com tantas e tão poderosas dificuldades?”
(Diário Carioca, 10 de julho de 1932, p. 1 e 4).
A retratação, porém, não demoraria. Desencarnado em dezembro de 1934, Humberto
transmitiria, ao longo de dois anos, mensagens que seriam compiladas em seu
livro de estreia, publicado em 1937: Crônicas de além-túmulo, em clara
referência e justa homenagem ao Parnaso de além-túmulo.
Sobre o Parnaso, o autor espiritual diria, na introdução de seu mencionado
primeiro livro: “sua literatura fascinava o meu pensamento com o magnetismo
suave da esperança, mas a fé não conseguia florescer no meu coração triste,
sepultado nas experiências difíceis e dolorosas”.
Nessa mesma obra, ele diria, em carta à sua mãe, àquele tempo encarnada:
“A mão que me serve de porta-caneta é a mão cansada de um homem paupérrimo, que
trabalhou o dia inteiro buscando o pão amargo e cotidiano dos que lutam e
sofrem. […] O telhado sem forro deixa passar a ventania lamentosa da noite e
desse remanso humilde, no qual a pobreza se esconde exausta e desalentada, eu te
escrevo sem insônias e sem fadigas, para contar-te que ainda estou vivendo para
amar e querer a mais nobre das mães.”
(Crônicas de além-túmulo, cap. 34 – Carta a minha mãe)
Era a realidade daquelas mãos simples e amorosas que psicografariam mais de 400
livros e inúmeras cartas que instruíram e consolaram multidões de corações
aflitos e de mentes sedentas de luz.
Na 2ª edição do clássico de Chico, publicada em 1935, o Espírito Humberto de
Campos escreveria uma introdução que passaria a compor a obra:
“Nas minhas atuais condições de vida, tenho de destoar da opinião que já expendi
nas contingências da carne. […] ‘Parnaso de além-túmulo’ sairá de novo, como a
mensagem harmoniosa dos poetas que amaram e sofreram. […] Todos aí estão, dentro
das suas características. Os mortos falam e a Humanidade está ansiosa,
aguardando a sua palavra.”
Ao todo, 13 livros psicografados por Chico e numerosas crônicas de Humberto,
esparsas em obras diversas, foram editadas pela FEB.
Parnaso de além-túmulo, os livros de Humberto de Campos e centenas de obras
psicografadas por Chico Xavier podem ser adquiridas no site FEBeditora.com.br.
Leia também em formato digital, nas plataformas da Amazon, Apple Store, Google
Play e Tocalivros.
Dia 01 de 1880
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novembro de 1918.
Dia 01 de 1985
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Johannesburg, África do Sul.
Dia 02 de 1827
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1901, em Paris.
Dia 02 de 1980
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conferencista e pesquisador espírita. Nascido em Taubaté, SP, em 19 de janeiro
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Dia 02 de 1981
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Dia 02 de 1995
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