
Mesas Girantes, por Orson Carrara
Em nome da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil)
expresso a minha indignação e a dos médicos que represento diante do
posicionamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) que se manifestou
favoravelmente ao aborto até as 12 semanas de gestação, caso a mãe assim o
deseje.
Ao contrário do que foi anunciado, o tema não foi amplamente debatido entre os
médicos. Em nenhum momento fomos notificados de que o CFM pretendia apresentar
tal posicionamento.
É de se ressaltar que no “I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina”, onde
foi feita a votação, e mesmo no site da Instituição, não houve anúncio de
nenhuma notícia sobre o assunto, apenas foi passada a informação de que haveria
uma mesa redonda “Aborto e Desigualdade Social”. Nada mais.
Isso pode se acompanhar e constatar em
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=23...
Conclui-se que não houve transparência do CFM nessa tomada de posição de magna
importância para os destinos da nação brasileira, nem tampouco no anúncio da
votação e no modo como foi feita. Não se respeitou a tradição médica do nosso
país que sempre lutou em defesa da vida. Tudo leva a crer que foi manobra
política de uma minoria que não tem representatividade para falar em nome de 400
mil médicos.
A nosso ver, as consciências humanas têm um compromisso fundamental com a
verdade, por isso devem mergulhar fundo no estudo do extraordinário fenômeno da
vida, em busca do seu real significado, sem aceitar o raciocínio dogmático
reducionista, que tenta encarcerá-lo num mero jogo de palavras, ao invés de
discutir as inúmeras incógnitas para as quais a ciência materialista não tem
respostas.
Aos menos avisados que, preconceituosamente, procuram desqualificar os nossos
argumentos contra o aborto como sendo de mentalidades religiosas, temos a dizer
que, embora os consideremos legítimos, podemos até mesmo abdicar deles para
demonstrar através de pesquisas científicas, e não de suposições, que a vida não
só é um bem indisponível, mas que há vida indisponível no embrião e no feto.
O pluralismo democrático diz respeito à convivência de opiniões, comportamentos
e posições ideológicas distintas no seio de uma comunidade, porém não à prática
de delitos em seu nome. Esta é nossa resposta aos que nos dizem que o aborto é
um direito da mulher. Não existe engano maior. Tirar a vida de alguém é crime. A
mulher, tanto quanto a equipe médica, o Estado, ou o companheiro, não tem esse
direito. E o Ordenamento Jurídico Brasileiro reconhece a nossa posição.
O artigo 5º da Constituição Brasileira garante a inviolabilidade do direito à
vida, defendendo-o como bem fundamental do ser humano. É certo que o artigo 4º
afirma que a personalidade civil do homem começa no nascimento com vida, mas a
lei põe a salvo que ela deve ser defendida desde a concepção. (Código Civil, lei
federal 3071). E mais, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, celebrada
na Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, deixou claro, no chamado Pacto de São
José da Costa Rica, assinado por inúmeros países, entre os quais o Brasil, que
esse direito deve ser protegido, desde o momento da concepção. A Lei Maior de
nosso país espelha, portanto, a vocação pacífica do nosso povo, uma vez que
este, em sua imensa maioria, já se manifestou contrariamente ao aborto, que é
uma das maiores violências que se pode cometer contra o ser humano.
Insistimos que é preciso buscar na Ciência as respostas à pergunta essencial:
“Onde começa a vida?”. Embora a ciência não explique como uma célula
unidimensional (zigoto) produz um bebê tridimensional, não saiba, portanto,
quais os processos que regulam os embriões, ela já nos oferece inúmeros
argumentos para sermos contra o aborto. É o que faremos a seguir, daremos em
rápidas pinceladas alguns desses argumentos.
Aprendemos nos melhores tratados de embriologia que a vida é um continuum que
vai do zigoto (célula-ovo) ao velho, sem solução de continuidade. Ainda que
existam vozes discordantes, este é um forte argumento científico em favor do
respeito à vida desde a concepção. Sendo a vida um bem indisponível, atentar-se
contra ela, seja em que fase for, é crime. Além disso, sendo possível demonstrar
que o embrião tem vida, não haveria heresia maior do que se considerar o aborto
um direito da mulher. Cairia, automaticamente, por terra, sua propalada
autonomia para decidir quanto à interrupção da gravidez. Nem a gestante e nem
ninguém pode decidir quem vive e quem morre.
Mas esse não é o único argumento da Ciência em defesa da vida. Há muitos mais.
Embora concordemos com alguns fundamentos da Teoria neodarwinista da evolução
das espécies e os adotemos, constatamos que ela tem muitas falhas. A principal
delas é ancorar no acaso as explicações da evolução das espécies. O acaso não
explica a vida. Dois físicos conceituados, Igor e Grichka Bogdanov, juntamente
com matemáticos do CERN, o mais importante Centro de Pesquisas da Europa em
Física das Altas energias, demonstraram que é impossível juntar em uma célula,
por acaso, as duas mil enzimas de que ela tem necessidade para funcionar. Embora
sejam verdadeiras e de fato tenham ocorrido, as mutações e a seleção natural são
insuficientes para explicar a evolução das espécies. O acaso, por si só, não tem
o poder de organizar e conduzir. A evolução das espécies deu-se de forma
ordenada, obedecendo a um projeto altamente inteligente, desde os cristais, as
bactérias e amebas até o ser humano. O ser vivo é uma ilha de organização em
meio ao caos. Uma célula tem arranjo inteligente das partes. Ela foi planejada.
Recentemente, estudos bioquímicos da célula revelaram que há, nela, um arranjo
intencional das partes, com indícios claros de que foi planejada. Essas e outras
pesquisas científicas tem apontado para a existência de um Planejador
Inteligente, o Grande Doador a quem chamamos Deus.
A ciência diz que a célula-ovo não é um amontoado de células descartáveis. A
vida de um novo ser tem início nela e prossegue, sem parar, em um movimento
continuo do embrião ao velho, sendo que todo o padrão tetradimensional do novo
ser está contido no zigoto.
A célula-ovo tem DNA próprio, fruto da união do gameta masculino com o feminino.
Recebe, é obvio, os genes da mãe, mas seu genoma é bem diferente. A mãe hospeda
o novo ser, mas o feto não faz parte intrínseca do seu corpo. Para não ser
expulso como corpo estranho pelo sistema de defesa do organismo materno o feto
produz substâncias que o mantém vivo, durante a gestação, estabelecendo-se um
acordo tácito entre hóspede e hospedeira. Prova cabal de que são dois seres
distintos.
Estudos realizados desde a década 1970 sobre psiquismo fetal demonstram que a
memória está presente, antes da formação do cérebro, desde o início da gestação,
e que o embrião é capaz de comandar sua própria mente, adaptar-se e adequar-se a
situações novas.
O embrião tem, portanto, vida própria, independente da mãe. De forma alguma, o
aborto pode ser considerado um direito da mulher.
O aborto é uma das formas mais sangrentas de violência, porque o ser em formação
não tem como se defender. E a mulher que recebeu do Ser Supremo a missão
transcendente de gerar vidas, comumente, não se deixa aprisionar pela visão
hedonista que impera no mundo. Sobretudo, quando ela vê as imagens do feto em
gestação, quando acompanha os batimentos do coraçãozinho de seu filho a partir
das três primeiras semanas. Não, ela não pensa em aborto. O que a gestante
precisa é de amparo à maternidade, de esclarecimentos quanto ao uso de métodos
anticoncepcionais confiáveis e de vias fáceis de acesso a eles, para que possa
planejar sua família. Uma sociedade organizada, segundo as leis fundamentais da
vida obrigatoriamente deve ter o amor na sua base de sustentação. Entre outras
ações, tem o dever de cuidar da educação de crianças e jovens, dar todo o apoio
à maternidade e à paternidade responsáveis, além de cuidar dos que trabalharam
uma vida toda e tem de ser amparados na velhice.
A sociedade que apela para o aborto declara-se falida em suas bases
educacionais, porque dá guarida à violência no que ela tem de pior, que é a pena
de morte para inocentes. Compromete, portanto, o seu projeto mais sagrado que é
o da construção da paz.
Espero, caros colegas, que nos unamos para que a nossa nação não tenham falidas
as suas bases educacionais. Espero vê-los todos lutando em defesa da vida e da
paz.
Marlene Nobre
Presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil
Fonte: RBN
Dia 01 de 1880
Nasce na cidade de Sacramento, MG, Eurípedes Barsanulfo. Desencarna em 1º de
novembro de 1918.
Dia 01 de 1985
Divaldo Pereira Franco concede entrevista de 15 minutos à Rádio Paralelo 22, de
Johannesburg, África do Sul.
Dia 02 de 1827
Nasce em Tulle, França, Pierre-Gaëtan Leymarie. Desencarna em 10 de abril de
1901, em Paris.
Dia 02 de 1980
Em São Paulo, SP, desencarna Silvino Canuto de Abreu, jornalista, escritor,
conferencista e pesquisador espírita. Nascido em Taubaté, SP, em 19 de janeiro
de 1892.
Dia 02 de 1981
Divaldo Pereira Franco recebe o título de cidadão honorário de Uberlândia, MG.
Dia 02 de 1995
Divaldo Pereira Franco concede entrevista à TV C. 12 de Cochabamba, Bolívia.
Dia 03 de 1944
Nasce em Apucarana, PR, Milton Gonçalves, trabalhador espírita da região
noroeste do Estado. Foi Presidente da 8ª União Regional Espírita, sediada em
Paranavaí, onde desencarna em 2 de outubro de 1994.
Dia 03 de 1949
Em Liège, Bélgica, desencarna José Lhome, divulgador do Espiritismo, Presidente
da Federação Espírita da Bélgica. Nascido na mesma cidade, em 14 de junho de
1881.
Dia 04 de 1978
Em Teresópolis, RJ, o Grupo Espírita Isabel, a Redentora realiza a Primeira
Semana Espírita da cidade,... Saiba mais...