
Palavras de Caridade, por Auta de Souza
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Talvez raros tenham pensado no que é ser honesto em duas situações: perante
as leis humanas e perante Deus. Mas o Espírito Joseph Bré, em comunicação
mediúnica de 1862, atendendo evocação da própria neta, apresentou a questão: O
homem honesto segundo Deus ou segundo os homens, em texto publicado por Kardec,
na obra O Céu e o Inferno (lançado em 1865 e que alcança, pois 160 anos de
publicação em 2025), em sua Segunda parte — Exemplos > Capítulo III - Espíritos
em uma condição mediana > Joseph Bré.
A neta queria saber como estava o avô, um homem considerado bom, honesto, que
responde inicialmente estar com algum sofrimento, por não ter aproveitado bem o
tempo em sua última existência terrena. E então, a neta – surpreendia – alega:
“Como não o empregastes bem? Fostes sempre um homem honesto.”
E aí a resposta é extraordinária e abre perspectiva de análise nem sempre
pensada. Faço aqui transcrição parcial, com pequena adaptação para efeito
didático, mas deixo ao leitor a pesquisa do texto na íntegra, na fonte acima
indicada. Responde o espírito à neta:
“R. Sim, do ponto de vista dos homens; mas há um abismo entre o homem honesto
perante os homens, e o homem honesto perante Deus. (...) Entre vós, considera-se
como homem honesto aquele que respeita as leis de seu país, (...); aquele que
não se faz mal ao próximo (...); mas toma frequentemente sem escrúpulo sua
honra, sua felicidade, desde que a lei, ou a opinião pública, não possam
alcançar o culpado hipócrita. (...) Para ser honesto perante Deus não basta não
ter infringido as leis dos homens, é preciso antes de tudo não ter transgredido
as leis divinas.” E continua:
“O homem honesto perante Deus é aquele que, cheio de devoção e amor, dedica sua
vida ao bem, ao progresso de seus semelhantes; aquele que, animado por um zelo
inspirado no objetivo, é ativo na vida: ativo no cumprimento da tarefa material
que lhe é imposta, pois deve ensinar a seus irmãos o amor ao trabalho; ativo nas
boas obras, pois não deve esquecer que é apenas um servidor ao qual o senhor
pedirá um dia contas do uso de seu tempo; ativo no objetivo, pois deve pregar
pelo exemplo o amor ao Senhor e ao próximo. O homem honesto perante Deus deve
evitar cuidadosamente essas palavras mordazes, veneno escondido sob flores, que
destrói as reputações e muitas vezes mata o homem moral ao cobri-lo de ridículo.
O homem honesto perante Deus deve ter sempre o coração fechado ao menor fermento
de orgulho, de inveja, de ambição. Ele deve ser paciente e doce com os que o
atacam; deve perdoar do fundo do coração, sem esforço e, sobretudo, sem
ostentação, a todo aquele que o ofendeu; deve amar seu Criador em todas as suas
criaturas; deve, por fim, pôr em prática este resumo tão conciso e tão grande
dos deveres do homem: amar a Deus acima de todas as coisas e seu próximo como a
si mesmo.”
E conclui:
“Eis, minha querida filha, aproximadamente o que deve ser o homem honesto
perante Deus. Pois bem! Será que eu fiz tudo isso? Não; faltaram-me muitas
dessas condições, confesso-o aqui sem enrubescer; não tive a atividade que o
homem deve ter; o esquecimento do Senhor levou-me a outros esquecimentos que,
mesmo não sendo passíveis de punição pela lei humana, não deixam de ser
prevaricações pela lei de Deus. Sofri bastante por isso quando o senti; eis
porque espero hoje, mas com a dor'>consoladora esperança na bondade de Deus que vê
meu arrependimento. Diz isso, querida filha; repete-o àqueles que têm a
consciência pesada: que eles cubram suas faltas à força de boas obras, e a
misericórdia divina se deterá na superfície; seus olhos paternos contarão as
expiações, e sua mão poderosa apagará as faltas.”
Magnífico! Algo que raríssimos pensam. Como a honestidade humana já temos boa
noção e nem sempre a cumprimos, destaco para efeito didático, extraindo da
resposta trazido pelo Espírito autor, alguns pontos para estarem em nossas
reflexões:
Da honestidade perante Deus:
a) dedica sua vida ao bem, ao progresso de seus semelhantes;
b) é ativo na vida: ativo no cumprimento da tarefa material que lhe é imposta;
c) ativo nas boas obras, pois não deve esquecer que é apenas um servidor ao qual
o senhor pedirá um dia contas do uso de seu tempo;
d) ativo no objetivo, pois deve pregar pelo exemplo o amor ao Senhor e ao
próximo;
e) deve evitar cuidadosamente essas palavras mordazes;
f) deve ter sempre o coração fechado ao menor fermento de orgulho, de inveja, de
ambição;
g) deve ser paciente e doce com os que o atacam;
h) deve perdoar do fundo do coração;
i) deve amar seu Criador em todas as suas criaturas;
j) deve, por fim, pôr em prática este resumo tão conciso e tão grande dos
deveres do homem: amar a Deus acima de todas as coisas e seu próximo como a si
mesmo.
Convenhamos que ainda não somos honestos perante Deus... Daí o estágio de
aprendizado que ainda nos encontramos. A presente reflexão surgiu ao ouvir a
palestra do amigo Paulo Sampaio, de Bebedouro (SP), em magnífica abordagem
apresentada em Matão (SP), na noite de 02 de abril de 2025, exatamente no
aniversário de nascimento de Chico Xavier. Obrigado Paulo pela linda reflexão.
Ao leitor que queira ver a palestra, ela está disponível no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=YUMhyPOmzNI
Amor: por Batuira
Amor e Diálogo: por Desconhecido
Ato de Amor: por Momento Espírita
A Ingratidão e o Amor: por Richard Simonetti
Com Amor: por Emmanuel