
Bagagem de Risco, por Orson Carrara
A+ | A- | Imprimir | Ouça a MSG | Ant | Post
Há guardiões espirituais que te apoiam a existência no plano físico e há
tutores da alma que te protegem a vida na Terra mesmo.
Freqüentemente, centralizas a atenção nos poderosos do dia, sem ver os
companheiros anônimos que te ajudam na garantia do pó. Admiras os artistas
renomados que dominam nos cartazes da imprensa e esqueces facilmente os braços
humildes que te auxiliam a plasmar, no santuário da própria alma, as obras
primas da esperança e da paciência. Aplaudes os heróis e tribunos que se
agigantam nas praças, todavia, não te recordas daqueles que te sustentaram a
infância, de modo a desfrutares as oportunidades que hoje te facilitam. Ouves,
em êxtase, a biografia de vultos famosos e quase nunca te dispões a conhecer a
grandeza silenciosa de muitos daqueles que te rodeiam, na intimidade doméstica,
invariavelmente dispostos a te estenderem generosidade e carinho.
Homenageia, sim, os que te acenam dos pedestais que conquistaram, merecidamente,
à custa de inteligência e trabalho; contudo, reverencie também aqueles que
talvez nada te falem e que muito fizeram e ainda fazem por ti, muitas vezes ao
preço de sacrifícios pungentes.
São eles pais e mães que te guardaram o berço, professores que te clarearam o
entendimento, amigos que te guiaram a fé e irmãos que te ensinaram a confiar e
servir... Vários deles fazem agora, na retaguarda, acabrunhados e encanecidos,
experimentando agoniada carência de afeto ou sentindo o frio entardecer; alguns
prosseguem obscuros e devotados, no amparo às gerações que retomam a lide
terrestre, enquanto outros muitos, embora enrugados e padecentes, quais cireneus
do caminho, carregam as cruzes dos semelhantes.
Pense nesses anjos desconhecidos que se ocultam na armadura da carne, e, de
quando em quando, unge-lhes o coração de reconhecimento e alegria. Para isso,
não desejam transfigurar-se em fardos nos teus ombros. Quase sempre, esperam de
ti, simplesmente, leve migalha das sobras que atiras pela janela ou uma frase de
estímulo, uma prece ou uma flor.
Encontrei um Anjo: por Robson (Londrina)
A Rainha dos Anjos: por Humberto de Campos
Anjos Guardiães: por Joanna de Ângelis
Anjo da Guarda: por Leon Denis
Serão Como os Anjos do Céu: por Paulo da Silva Neto Sobrinho