Em Louvor da Caridade, por Fabiano de Cristo
Laços Redentores
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(Resposta a um amigo que nos questionou, com relação à ofensa e
ressentimento.)
Ressentimento não vale.
A justiça não se atrasa
E a lei da Reencarnação
Atua dentro de casa.
Olhe o caso de Cristina,
Envenenou João Gamela,
Mas João, depois de algum tempo,
Renasceu... E é filho dela.
Embora a morrer em sangue,
Neca abateu Genserico;
Hoje são gêmeos em luta
Na roça do Tico-Tico.
Furtando-lhe sítio e casa,
Quinquim matou Rui da Venda,
Mas Rui nasceu neto dele,
A fim de herdar-lhe a fazenda.
Quintino arrasou Gregório
Com bebida numa festa...
Gregório voltou a ele,
E o caçula que o detesta.
Em não querê-la por nora,
Teotônio acabou com Lica,
Vejo a moça reencarnada:
E a neta que o prejudica.
Nina induziu Vaz à morte,
Suicídio triste sem causa,
Hoje ele é o filho doente
Que ela carrega sem pausa.
Lula matou Antônio,
Simples paixão de mulher...
Mas Antônio renasceu...
Ë o filho que não a quer.
Téo levou Juca ao suicídio.
Eis que o tempo vem e vai.
Juca hoje é o filho dele,
Um filho que odeia o pai.
A Terra lembra hospital
Se a vemos de ânimo atento,
Levantam-se muitos lares
Por celas de tratamento.
Ressentimento, desforra,
Não adiantam, rapaz,
A vida cobra com juros
As contas que a gente faz.
Por: Casimiro Cunha, Do livro: Retratos da Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier
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