O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
Liberdade Real
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Clama-se por
liberdade de pensamento, de opinião, de movimento, de ação...
A
liberdade expressa-se como necessidade política e religiosa, artística e
cultural, econômica e ética, para ser vivida, mas, mesmo quando se
encontra estabelecida e proclamada, a imaturidade psicológica e o atraso
moral de grande parte da sociedade que a anela, geram perturbações e
descambam no crime.
Não se pode fruir de liberdade sem a
consciência de responsabilidade, que faculta o respeito às leis, aos
direitos dos outros, aos compromissos institucionais relevantes com
disciplina e consideração.
Quando a Revolução Francesa proclamou
os louvores à liberdade, desapeando do poder a velha Casa dos Capetos
tradicionais, o clero, a aristocracia e os dominadores momentâneos, logo
vieram os direitos humanos e a conquista da cidadania. No entanto, o
desequilíbrio de alguns líderes apaixonados e atormentados abriram os
lamentáveis períodos para a instalação dos dias do Terror, que mancharam
a dignidade humana já ultrajada pelos ódios entre os novos partidos
governamentais e desonraram os ideais libertários.
A ânsia pela
liberdade, infelizmente, ainda hoje se transforma em terrorismo
aparvalhante, em guerras hediondas, quando facções alucinadas atiram-se
em lutas cruéis, semeando o horror e a destruição, logo, porém,
sucumbindo por sua vez, vencidas por outros grupos mais perversos que as
odeiam.
Liberando o fanatismo de qualquer natureza, sempre
insano, produz a selvageria de que a civilização já deveria estar
liberada, em espetáculos de morbidez que levam ao desespero dezenas,
centenas de milhares de pessoas que são obrigadas a abandonar tudo, a
fim de fugirem da sanha venenosa, para buscarem amparo em regiões não
menos terríveis, como os campos de refugiados nos desertos, nas áreas
infectas do mundo...
Vidas estioladas todas essas, que perdem as
raízes da sua origem e desenvolvem-se em situações deploráveis de
miséria de todo tipo.
As etnias africanas ou europeias, asiáticas
ou americanas, permanecem em atos de agressividade, com derramamento de
sangue que encharca o solo ressequido, utilizando-se do direito à
liberdade que negam aos demais, também seus irmãos, que são acusados de
estar do outro lado. E o que eram antes fraternidade, sorrisos,
converte-se, rapidamente, em inconcebíveis carnificinas que estarrecem.
A verdadeira liberdade, porém, paira acima dos ideólogos
interessados na libertinagem e no desar.
Ei-los, os violentos e
sandeus, mascarados de idealistas e sonhadores, repentinamente
transformados em hediondos inimigos da Humanidade que desarticulam,
ambiciosos e extravagantes, violentos e inescrupulosos.
Jesus
referiu-se que somente há liberdade quando se conhece a Verdade. E, por
isso mesmo, recomendou que se a buscasse com empenho e insistência. A
Verdade, porém, é Deus. Na impossibilidade atual de se entendê-lO e
mesmo conhecê-lO, na Sua transcendência, a busca do conhecimento
espiritual, da finalidade da existência terrestre, liberta da
ignorância, que é a responsável por incontáveis males que afligem a
sociedade.
Nesse sentido, merece que se reflexione em torno da
liberdade interior que se expande para fora, quando se percebe que a
verdade se estabelece inicialmente no íntimo, quando se inicia o esforço
pela superação do egoísmo, responsável pelos desejos subalternos e pelos
vícios sociais, morais e comportamentais.
Essa é a revolução
especial, mais difícil, única, porém, que pode proporcionar a conquista
do objetivo existencial, que é a plenitude.
Livre, portanto, é
todo aquele que compreende a necessidade de contribuir em favor do bem
geral, que se esforça pela vivência solidária e transforma os seus
desejos, alterando-lhes o direcionamento.
Tudo quanto antes
aspirava apenas para si, agora se transforma num esforço comum em
benefício de todos.
O vício escraviza, asselvaja, retém a sua
vítima nas prisões da dependência tirânica, e por mais se desfrute de
liberdade política e social, onde se vai, permanece-se em
encarceramento.
Somente através da consciência responsável e
digna pelo que opera na mudança do comportamento moral, é que se pode
vivenciar a liberdade, mesmo quando as circunstâncias ainda não a
concedem.
A criatura que aspira por ser realmente livre deve
empenhar-se com denodo para transformar as dependências viciosas em
conquistas éticas saudáveis. O Mestre Galileu, sitiado pelos fariseus e
pretorianos impenitentes e pusilânimes, seguidos pelos escravocratas de
diferentes denominações, enfrentou a impostura e o poder de mentira com
a autoridade moral da Sua pureza, fazendo-se respeitar e temer, por cuja
grandeza foi crucificado...
Altivo, na execução do programa
renovador da Humanidade, substituiu a Lei antiga pela de amor,
intimorato, proclamou a liberdade e viveu-a, atraindo multidões, que
abalaram o Império Romano e modificaram-lhe a estrutura. Entretanto, à
medida que as criaturas se descuidaram moralmente, perderam a liberdade,
por permitir-se os vícios, corrompendo-se e tornando-se vítimas das suas
próprias ambições desnaturadas, os desejos mesquinhos e hediondos que as
assinalam.
Séculos de trevas e dores sucederam-se até o momento
em que a ciência se libertou do totalitarismo da fé cega, preparando a
sociedade para a chegada do Consolador. A Revelação Espírita, ao
esclarecer as consciências que anseiam pelo infinito, proclama a
imortalidade da alma e sua reencarnação, demonstra-as, enquanto
proporciona a visão do futuro que a todos aguarda, e rompe os grilhões
retentivos dos vícios, à medida que proporciona a liberdade real.
Livre e feliz, segue Jesus, o Libertador, e a Ele entrega-te, a fim
de plenificar-te em definitivo.
Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 11 de junho de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=381
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