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- Quando Jesus entrou, vitorioso, em Jerusalém, houve um instante em que parou para respirar livremente. Com ele, apenas Bartolomeu, apagado e discreto. O discípulo exultava.

Até eles chegavam os ecos do grande êxito. Hosanas ao Messias. Cânticos. Algazarra. Perfumes no ar. Não longe, Simão Pedro, que negaria o Senhor. Judas, que o negociara. Tomé, que o abandonaria. Tiago e João, que dormiriam descuidados, sem lhe perceberem a angústia. E toda uma legião de admiradores que, no dia seguinte, se transformariam em adversários.

Bartolomeu, feliz, observou a atmosfera festiva e disse, contente:

Oh! Mestre, quanta felicidade! Afinal! Afinal a glória, apesar dos perseguidores!

Notando que Jesus continuava em grave silencio, o aprendiz perguntou:

- Por que tristeza, Senhor, se estamos triunfando de tantos inimigos?

O Cristo, porém, meneou a cabeça e, fitando a turba próxima, falou sereno:

- Bartolomeu, Bartolomeu, vencer, mesmo tendo inimigos, é sempre fácil, porque os inimigos se colocam a distancia, por si mesmos.

E profundamente desencantado:

- A batalha mais árdua é vencer com os amigos.


Por: Hilário Silva, Do livro: A Vida Escreve, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira


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