O Regresso de Simão Pedro, por Maria Dolores
O Verdadeiro Poder
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Era uma vez um jovem guerreiro famoso por sua invencibilidade.
Era um homem cruel e, por isso, temido por todos.
Quando se aproximava de uma aldeia, os moradores abandonavam suas casas, e
fugiam para as montanhas, porque sabiam que ele não poupava nada, nem ninguém.
Certo dia, ele e seu exército aproximaram-se de uma aldeia na qual vivia um
sábio ancião.
Todos os habitantes fugiram assustados, menos ele.
O guerreiro entrou na vila e, como de costume, incendiou casas e matou os
animais que encontrou.
Logo chegou à casa do sábio, que permanecia em pé ao lado da porta de entrada,
serenamente.
Quando eles se encontraram, o guerreiro impiedoso disse-lhe que seus dias haviam
chegado ao fim, mas que, no entanto, iria lhe conceder um último desejo antes de
passá-lo pelo fio de sua espada.
O velhinho, sem alterar o seu semblante, disse-lhe que precisava que o guerreiro
fosse até o bosque e que ali cortasse um galho de árvore.
O jovem achou aquilo uma grande besteira, mas decidiu atendê-lo, entre
gargalhadas e deboches.
Foi até o bosque e com um único golpe de espada cortou um galho de árvore.
“Muito bem.” – disse o ancião, quando o guerreiro voltou – “quero saber agora se
o senhor é capaz de recolocar este galho na árvore da qual o arrancou.”
O jovem guerreiro entre gargalhadas, chamou-o de louco, respondendo-lhe que
todos sabiam que era impossível colocar o galho cortado na árvore outra vez.
O ancião sorriu e lhe disse: “louco é o senhor, que pensa ter poder só porque
destrói as coisas e mata as pessoas que encontra pela frente. Quem só sabe
destruir e matar não tem poder. Poder tem aquele que sabe juntar, que sabe unir
o que foi separado, que faz reviver o que parece morto. Poder tem aquele que
produz, que cria, que mantém. Essa pessoa, sim, tem o verdadeiro poder.”
Muitos são os que acreditam deter o poder porque atemorizam os demais, ou porque
conseguem destruir o que encontram pela frente.
Acreditam-se poderosos porque são capazes de derrubar pessoas, destruir grandes
obras e silenciar vozes.
Mas isso é um grande engano.
O verdadeiro poder não reside em arrasar existências e fazer cair por terra o
trabalho dos outros.
Não se prova ter poder por meio da força bruta ou através de gritos e ameaças.
Isso demonstra, tão somente, grave desequilíbrio.
Desfazer o que outros produziram ou tentar abalar edificações morais, tão
duramente estabelecidas, em nada auxiliarão o nosso próprio desenvolvimento.
Tantos são os que agem assim, crendo-se poderosos, iludindo-se e distribuindo
dores ao longo de suas pegadas.
Por outro lado, tão poucos ainda são capazes de edificar, de construir, ou,
ainda, de reerguer o que foi destruído.
Tão poucos se dispõem a persistir, a resistir diante dos vendavais das
dificuldades. Estes, sim, possuem um poder realmente significativo.
Pense nisso!
Há muito a ser reconstruído.
Há muito mais, ainda, a ser feito.
Tantos caminhos aguardam para serem trilhados.
Há tantas tarefas a serem concluídas.
Há pontes de compreensão a serem construídas para superar os despenhadeiros da
intolerância.
Há abrigos de solidariedade e de consolo a serem edificados para refugiar
aqueles que sofrem.
O poder verdadeiro é o daquele que cria, que mantém, que reconstrói, não apenas
um dia, mas todo momento, por toda uma vida.
Pense nisso!
Por: Momento Espírita, Texto extraido do site http://www.momento.com.br
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