Educar para a Cooperação, por Orson Carrara
Como é a experiência de ser orador espírita e palestrante profissional
José Carlos Jorqueira, natural de São Paulo e residente em Santana de
Parnaíba, ambos municípios paulistas, é o nosso entrevistado.
Espírita de berço, formado em Marketing e atualmente comerciante, vincula-se ao
Lar Jesus Entre as Crianças, de Osasco-SP e ao Centelha de Luz, em Jandira-SP.
Palestrante profissional, ele nos fala, nesta entrevista, sobre a dupla
experiência de treinar pessoas e, em nosso meio, atuar como orador espírita.
De onde o gosto de falar em público?
Sempre trabalhei com pessoas; desde a minha juventude tinha a articulação com as
pessoas como forte. Como vendedor no início profissional e posteriormente no
desenvolvimento de contratos corporativos. E os estudos da Doutrina me
impulsionaram a divulgar mais e melhor o rico e precioso conforto esclarecedor
do Evangelho. Sempre que preparo uma palestra é uma grande oportunidade de
internalizar e apreender um “pouquinho mesmo” do que falamos. A relação de troca
com as pessoas que interagem conosco nas apresentações é de vital importância
para a continuidade da jornada.
E como é isso na prática profissional?
Bem, palestras espíritas não são palestras profissionais para mim. Meu objetivo
nas palestras profissionais é levar espiritualidade e significado de VIDA às
pessoas. Mostrar um outro lado de entendimento e possíveis soluções.
E na prática doutrinária?
Trata-se de uma imensa responsabilidade, porque falar ao público requer de nós
um “vigiai e orai” imenso. Acabamos sem querer sendo um tipo de modelo (de
maneira simplória da palavra) que as pessoas acham que somos pessoas mais
evoluídas ou sem problemas, então aí entra a grande sacada ao meu modo de ver:
tenho que me igualar ao público, mostrar que o fato de conhecer um pouquinho
mais da Doutrina ou do Evangelho não me faz melhor, mas sim com mais
responsabilidade somente.
Como faz a distinção entre uma atividade e outra, aproveitando a experiência de
ambas?
Somente o local onde se aplica é diferente, porque são todos seres humanos em
momento de transição constante. A interação entre uma e outra é sempre válida,
porque existem pessoas que vão ao centro buscar soluções para suas vidas,
inclusive no sentido profissional. E na empresa estas pessoas estão sedentas por
humanidade, relacionamentos mais integrais.
Algo marcante que gostaria de relatar de ambas as experiências?
Bem, no lado profissional, uma palestra aos alunos do Senai (500 alunos), na
qual falamos sobre valorização da vida e prevenção do suicídio. Recebi com
grande alegria o retorno dos alunos fazendo uma grande roda de conversa sobre o
assunto logo após o término. Na prática doutrinária, uma constante alegria é o
retorno das pessoas. A mais importante foi quando terminei uma palestra e uma
senhora pediu a palavra e relatou ao público, naquela hora, que algumas
palestras que havíamos proferido tinham salvado a vida dela, que ela estava
desistindo de viver e ela vinha me ouvir para renovar suas forças.
O que gostaria de trazer como dica ao leitor que busca atuar nessa área, seja
profissional ou doutrinária?
Bem, eu amo a Doutrina e entendo que os palestrantes em geral (doutrinários)
deveriam passar por um treinamento/curso para palestrar. É muito diferente
quando se tem a técnica, roteiro, procedimentos etc. próprios para a prática da
palestra. O público fica mais atento, entende melhor o conteúdo, a palestra fica
muito mais agradável e profunda.
Qual a maior dificuldade sentida, em ambos os casos?
Reconhecimento e indicação, sem dúvida.
E os benefícios alcançados?
O relacionamento com as pessoas, a comunicação ficou muito mais leve, tranquila.
Não posso negar que os estudos das diversas áreas da psique humana me fizeram
mergulhar numa área que eu nem sonhava estudar (neurociência, física quântica,
somatização...).
Algo mais que gostaria de acrescentar?
Entendo que parte da responsabilidade do não entendimento do conteúdo ou da
evasão das casas espíritas está diretamente ligada à forma como se passa o
conteúdo maravilhoso da Doutrina.
Suas palavras finais.
Primeiramente, agradecer a você a oportunidade de falarmos um pouquinho sobre os
caminhos da divulgação da Doutrina, e dizer que sempre é tempo para a vida nova,
onde quer que estejamos ou com quem estejamos. O mundo interior é o real, a
liberdade do externo nos eleva e traz o autoconhecimento à tona. Que cada um
busque seu propósito de vida, entenda seu significado e mantenha o foco.
Autor: José Carlos Jorqueira
Todo esse material provém dos sites: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo e da Revista Eletrônica O Consolador.
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