Ganhando na Loteria, por Momento Espírita
Se o exemplo é a melhor divulgação, estamos muito mal
Mais conhecido nas lides espíritas como Paulo Neto, Paulo da Silva Neto
Sobrinho é natural da cidade de Guanhães (MG), mas reside em Belo Horizonte,
capital do estado de Minas Gerais. Formado em Ciências Contábeis e Administração
de Empresas pela Universidade Católica (PUC-MG), está atualmente aposentado como
Fiscal de Tributos pela Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais.
Integrante do movimento espírita desde julho de 1987, é um dos mais atuantes
divulgadores do Espiritismo em nosso país, por meio, principalmente, de artigos
e livros. Titular do site www.paulosnetos.net, é autor de 35 livros, sendo oito
no formato impresso e 27 no formato virtual, 22 deles publicados pela EVOC, a
editora da revista O Consolador, da qual é um dos articulistas, além de membro
da equipe responsável pelas edições da EVOC, da qual é, desde 24 de junho de
2020, o Coordenador Editorial.
Em entrevista gentilmente concedida ao Consolador, Paulo Neto nos fala sobre o
bom senso que, nós seres humanos, deveríamos ter para com a Doutrina Espírita,
que merece de nós mais disciplina, mais estudo, forçando-nos ainda mais a
aplicar os ensinamentos do Mestre, que o Espiritismo desenvolve e explica:
Em que momento ocorreu seu primeiro contato com a Doutrina Espírita?
Ingressei no movimento espírita em julho de 1987.
Houve algum acontecimento especial que propiciou este contato inicial?
Sim. Na época eu tinha relacionamento com uma pessoa que passava por sérios
problemas de obsessão, e que foi orientada a procurar uma casa espírita.
Procuramos um grupo aqui em Belo Horizonte que nos ajudou com muita dedicação.
Passei a estudar e daí não mais saí.
Qual a reação de sua família ante sua adesão à Doutrina?
No geral sem grandes problemas, mas os que frequentavam igrejas evangélicas não
gostaram muito da minha “conversão”, porém respeitaram a minha decisão.
Dos três aspectos do Espiritismo - científico, filosófico e religioso -, qual é
o que mais o atrai?
Na minha opinião o Espiritismo é uma religião que tem como base a ciência e a
filosofia. Então é esse o aspecto que deveria se destacar.
Que livros espíritas que tenha lido você considera indispensáveis aos irmãos que
estão iniciando sua jornada?
Faz tempo que tenho observado o quase total desconhecimento dos espíritas da
Revista Espírita e de A Gênese. Geralmente concentram os seus estudos em O Livro
dos Espíritos e em três das quatro obras posteriores que explicam cada uma de
suas partes – O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo e O Céu e o
Inferno. Essas, eis as obras que todos deveríamos conhecer, não apenas os
iniciantes.
As divergências doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um
deles diz respeito ao Espiritismo laico. Para você o Espiritismo é religião?
Como disse, para mim o Espiritismo é uma religião. Lembro que o Espírito de
Verdade, ao revelar o objetivo do Espiritismo, disse ao Codificador: “Deixará de
haver religião e uma se fará necessária, mas verdadeira, grande, bela e digna do
Criador… Seus primeiros alicerces já foram colocados… Quanto a ti, Rivail, a tua
missão é aí.” (Obras Póstumas).
Destaco também o discurso de Allan Kardec na Sociedade Espírita de Paris em 1º
de novembro de 1868, no qual ele definiu de maneira clara e objetiva ser o
Espiritismo uma religião, explicando o motivo pelo qual, no início, não quis
qualificá-lo como tal. A impressão é que ele sentiu a necessidade de deixar bem
clara essa questão, antes de desencarnar. Certamente, se o tivesse feito, não
estaríamos aqui hoje conversando sobre o Espiritismo; esse morreria no
nascedouro.
Como você vê a discussão em torno do aborto?
Diante do pensamento materialista que vigora na sociedade e o incentivo ao
hedonismo, infelizmente, o que impera, em relação ao aborto, é lamentável ao se
colocar o feto como se fosse um objeto descartável a qualquer tempo. Caberia às
religiões instituídas esclarecer a seus adeptos quanto ao respeito à vida, assim
talvez essa esdrúxula ideia seria banida de vez.
O movimento espírita em nosso País lhe agrada ou falta algo nele que favoreça
uma melhor divulgação da Doutrina Espírita?
Se o exemplo é a melhor divulgação, estamos muito mal. A falta de estudos, as
acirradas divergências quanto a alguns pontos doutrinários, o endeusamento de
médiuns e espíritos, o misticismo de muitos, quando percebidos pelo público,
depõem negativamente contra uma doutrina na qual deveria imperar o bom senso, a
lógica e a fraternidade.
A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como
sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra
deixará de ser um mundo de provas e expiações, passando plenamente à condição de
um mundo de regeneração, em que, segundo Santo Agostinho, a palavra amor estará
escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará as relações
sociais?
Olhando em volta, a impressão que tenho é que esse fato, previsto pelos
Espíritos superiores, ainda demorará um bom tempo para acontecer. Para ser bem
otimista, julgo que em menos de cinco séculos ainda não teremos nos tornado um
planeta de regeneração.
Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a
prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no Brasil e no
mundo?
Concentrar todos os esforços para que a máxima de Jesus quanto ao amor ao
próximo seja uma realidade e não letra morta, numa Bíblia aberta em um suporte
que apenas serve como decoração.
A pandemia que o mundo enfrentou desde o início de 2020 alterou drasticamente o
funcionamento das Casas Espíritas e inspirou a ampliação de muitas atividades
on-line. Como você vê o retorno da Casa Espírita e seu funcionamento a partir do
momento em que a Covid esteja inteiramente superada?
As atividades on-line com palestras e estudos abriu um novo horizonte para a
Casa Espírita. A continuarmos nesse caminho ajudaremos a todos aqueles que por
qualquer problema de natureza pessoal não possam se dirigir ao endereço onde ela
está instalada.
Há tempos que tenho um sonho: os expositores falando de qualquer parte do mundo
como convidado de uma pequena casa espírita. Basta para isso um computador, um
projetor e a internet. Imagino quanto de custo seria reduzido com esse processo,
fora a questão de atingir um público bem maior. Essa é a experiência que vejo
com uma boa possibilidade de acontecer a partir do início de 2023.
Suas palavras finais.
Que possamos juntar esforços no sentido de edificar a doutrina cujos alicerces
foram construídos por Rivail, contando com a assistência dos Espíritos
superiores, para não nos afastarmos dessa meta.
Autor: Paulo da Silva Neto Sobrinho
Todo esse material provém dos sites: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo e da Revista Eletrônica O Consolador.
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