Faccionismo, por Emmanuel
O Zelador da Fonte
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Conta uma lenda austríaca que, em determinado povoado, havia um pacato
habitante da floresta que foi contratado pelo Conselho Municipal para cuidar das
piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.
O cavalheiro, com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava
folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente
de água fresca.
Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o
esforço para a retirada de entulhos.
Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a
nadar pela água cristalina.
Rodas dágua de várias empresas da região começaram a girar dia e noite. As
plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de
uma beleza extraordinária.
Os anos foram passando. Certo dia, o Conselho da cidade se reuniu, como fazia
semestralmente.
Um dos membros do Conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos
no salário pago ao zelador da fonte.
De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como
aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade.
E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva
florestal, sem utilidade alguma.
Seu discurso a todos convenceu. O Conselho Municipal dispensou o trabalho do
zelador da fonte, de imediato.
Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a
perder as folhas.
Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.
Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias
depois, a água estava escura.
Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das
margens.
O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As
rodas dágua começaram a girar lentamente, depois pararam.
Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado.
O conselho municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o
erro grosseiro cometido.
Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte.
Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear.
As rodas dágua voltaram a funcionar.
Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso.
Assim como o Conselho da pequena cidade, somos muitos de nós que não
consideramos determinados servidores.
Aqueles que se desdobram, todos os dias, para que o pão chegue à nossa mesa, o
mercado tenha as prateleiras abarrotadas; os corredores do hospital e da escola
se mantenham limpos.
Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da
empresa.
Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los.
Mas, sem seu trabalho, o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria
inviável.
O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas
indispensável.
Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá.
Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para ser felizes!
Pensemos nisso!
Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base no cap.O zelador da fonte, de Charles R. Swindoll, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=5808&stat=0
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