Como Vencer, por Emmanuel
Afetividade Conflitiva
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A busca da afetividade constitui-se em uma necessidade de intercâmbio e de
relacionamento entre as criaturas humanas ainda imaturas. Acreditam, aqueles que
assim procedem, que somente através de outrem é possível experimentar a afeição,
recebendo-a e doando-a. Como decorrência, as pessoas que se sentem solitárias,
atormentam-se na incessante inquietação de que somente sentirão segurança e paz,
quando encontrem outrem que se lhe constitua suporte afetivo. Nesse conceito,
encontra-se um grande equívoco, qual seja esperar de outra pessoa a emoção que
lhe constitua completude, significando autorrealização.
Um solitário, quando se apóia em outro indivíduo, que também tem necessidade
afetiva, forma uma dupla de buscadores a sós, esperando aquilo que não sabem ou
não desejam oferecer. É claro que esse relacionamento está fadado ao desastre, à
separação, em face de se encontrarem ambos distantes um do outro emocionalmente,
cada qual pensando em si mesmo, apesar da proximidade física.
Faz-se imprescindível desenvolver a capacidade de amar, porque o amor também é
aprendido. Ele se encontra ínsito no ser como decorrência da afeição divina, no
entanto, não poucas vezes adormecido ou não identificado, que deve ser
trabalhado mediante experiências de fraternidade, de respeito e de amizade.
Partindo-se de pequenas conquistas emocionais e de júbilos de significado
singelo, desenvolve-se mediante a arte de servir e de ajudar, criando liames que
se estreitam e se ampliam no sentimento. Estreitam-se, pelo fato de se aprender
união com outrem e ampliam-se mediante a capacidade de entendimento dos limites
do outro, sem exigências descabidas nem largas ao instinto perturbador de posse,
nas suas tentativas de submissão alheia...
Resultante de muitos conflitos que aturdem o equilíbrio emocional, esses
indivíduos insatisfeitos, que se acostumaram às bengalas e às fugas
psicológicas, pensam que através da afetividade que recebam lograrão o
preenchimento do vazio existencial, como se fosse uma fórmula miraculosa para
lhe solucionar as inquietações.
Os conflitos devem ser enfrentados nos seus respectivos campos de expressão e
nunca mediante o mascaramento das suas exigências, transferindo-se de
apresentação. Os fatores psicológicos geradores dessas embaraçosas situações são
muito complexos e necessitam de terapêuticas cuidadosas, de modo que possam ser
diluídos com equilíbrio, cedendo lugar a emoções harmônicas propiciadoras de
bem-estar.
A afetividade desempenha importante labor, qual seja o desenvolver da faculdade
de amar com lucidez, ampliando o entendimento em torno dos significados
existenciais que se convertem em motivações para o crescimento intelecto-moral.
Quando se busca o amor, possivelmente não será encontrando em pessoas, lugares
ou situações que pareçam propiciatórias. É indispensável descobri-lo em si
mesmo, de modo a ampliá-lo no rumo das demais pessoas.
Qual uma chama débil que se agiganta estimulada por combustível próprio, o amor
é vitalizado pelo sentimento de generosidade e nunca de egoísmo que espera
sempre o benefício antes de proporcionar alegria a outrem.
A predominância do egoísmo tolda-lhe a visão saudável do sentimento de
afetividade e impõe-lhe exigências descabidas que, invariavelmente, o tornam
vítima das circunstâncias. Em tal condição, sentindo a impossibilidade de amar
ou de ser amado, procura, aflito, despertar o sentimento de compaixão,
apoiando-se na piedade injustificada.
Se experimentas solidão no teu dia-a-dia, faze uma análise cuidadosa da tua
conduta em relação ao teu próximo, procurando entender o porquê da situação. Sê
sincero contigo mesmo, realizando um exame de consciência a respeito da maneira
como te comportas com os amigos, com aqueles que se te acercam e tentam
convivência fraternal contigo.
Se és do tipo que espera perfeição nos outros, é natural que estejas sempre
decepcionado, ao constatares as dificuldades alheias, olvidando porém que também
és assim. Se esperas que os outros sejam generosos e fiéis no relacionamento
para contigo, estuda as tuas reações e comportamentos diante deles.
A bênção da vida é o ensejo edificante de refazimento de experiências e de
conquistas de patamares mais elevados, algumas vezes com sacrifício... Não te
atormentes, portanto, se escasseiam nas paisagens dos teus sentimentos as
compensações do afeto e da amizade.
Observa em derredor e verás outros corações em carência, à tua semelhança, que
necessitam de oportunidade afetiva, de bondade fraternal. Exercita com eles o
intercâmbio fraterno, sem exigências, não lhes transferindo as inseguranças e
fragilidades que te sejam habituais.
É muito fácil desenvolver o sentimento de solidariedade, de companheirismo,
bastando que ofereças com naturalidade aquilo que gostarias de receber. A
princípio, apresenta-se um tanto embaraçoso ou desconcertante, mas o poder da
bondade é tão grande, que logo se fazem superados os aparentes obstáculos e, à
semelhança de débil planta que rompe o solo grosseiro atraída pela luz,
desenvolve-se e torna-se produtiva conforme a sua espécie...
Observa com cuidado e verás a multidão aturdida, agressiva, estremunhada, que te
parece antipática e infeliz. Em realidade, é constituída de pessoas como tu
mesmo, fugindo para lugar nenhum, sem coragem para o autoenfrentamento.
Contribui, jovialmente, quanto e como possas, para atenuar algum infortúnio ou
diminuir qualquer tipo de sofrimento que registres. Esse comportamento te
facultará muito bem e, quanto menos esperes, estarás enriquecido pela
afetividade que doas e pela alegria em fazê-lo.
Ninguém pode viver com alegria sem experienciar a afetividade. A afetividade é
mensagem de amor de Deus, estimulando as vidas ao crescimento e à sublimação. A
afetividade deve ser distendida a todos os seres, aos vegetais, animais, seres
humanos, ampliando-a por toda a Natureza.
Quando se ama, instalam-se a beleza e a alegria de viver. A saúde integral, sem
dúvida, é defluente da harmonia do sentimento pelo amor com as conquistas
culturais que levam à realização pessoal, trabalhando pelo equilíbrio e
funcionamento existencial.
Por: Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no dia 17 de novembro de 2008, na cidade do Porto em Portugal. Do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=247
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