C.E. Caminhos de Luz |
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Oi Alma Irmã, nossas Fraternais Saudações! |
Que esta MSG te encontre em Paz
e com Saúde!!! Excelente Final
de Semana!Se cuida...Obrigado pela companhia! |
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O bonde deslizava em
marcha regular, mas
Belarmino Cintra,
sentado no quinto
banco, extravasava
desespero.
Parecia não ver os
carros que
buzinavam, nem o
casario em torno,
nem circunstantes,
nem a chuva garoenta.
Ele só era
excitação.
Ele só era mágoa.
Aguardava a promoção
por onze anos de
trabalho correto na
repartição e era
funcionário a mais
de vinte.
Esforçara-se,
renunciando a
facilidades
diversas, pensando
na melhoria.
No momento exato,
porém, a melhoria
alcançara outro que,
a seu ver, não
correspondera.
Indignado, escrevera
uma carta ao chefe,
ameaçando-o com um
inquérito
escandaloso, e o
chefe chamara-o ao
gabinete para
entendimento
pessoal.
Sentia-se
desanimado, infeliz.
Era pai de família.
Esposa e quatro
filhos. Não tinha
débitos a solver,
mas nenhum vintém no
pé-de-meia.
No fim do mês, era
sempre a mesma
situação. Contas
pagas e bolso vazio.
Achava-se, por isso,
inconformado,
revoltado...
Não suportaria
qualquer
advertência.
Armara-se. Se o
chefe lhe
desconsiderasse a
atitude, reagiria...
O veículo pára por
dois longos minutos,
esperando por outro
no entroncamento. E
Belarmino,
relanceando os
olhos, é quase
obrigado a ler uma
frase no volume que
a senhora míope
ergue muito alto, no
banco, em frente.
É um livro espírita,
em cujo texto ele
anota um aviso,
letra por letra:
— “Tenha paciência.
Fitando o sofrimento
alheio, aprendemos a
encontrar a
felicidade que é
nossa.”
Belarmino sente-se
como sob ducha fria.
Nisso, no instante
exato em que o bonde
larga de novo, um
homem pesado toma o
veículo, a
esbofar-se,
enxugando o suor,
apesar do tempo
frio.
Senta-se rente ao
escriturário
preterido, e, porque
um senhor vizinho
lhe mostre semblante
mais ameno, fala-lhe
à queima roupa:
— Vida penosa! Não
agüento mais!...
— É, meu caro amigo!
— disse o
companheiro anônimo
— cada qual neste
mundo tem sua quota
de aflição...
Porque o bonde
passasse à frente de
um consultório
médico em que se via
grande número de
consulentes
esperando vez, o
recém-chegado
observou:
— Vida boa é de
médico! Parece que
os clientes lhe
trazem a sopa à
boca.
O outro, no entanto,
discordou:
— O senhor está
enganado. Eu sou
médico. Estamos
presos ao sofrimento
humano.
Cada enfermo é um
problema. E os
cabelos embranquecem
ou caem cedo como se
tivéssemos um vulcão
na cabeça. De minha
parte, estou
fatigado. Ainda
ontem vi minha mãe
morrer nos meus
braços, devorada
pelo câncer, sem que
eu lhe pudesse dar
outra coisa senão
anestésicos.
E num desabafo:
— Vida boa deve ser
a de quem possa
andar ou viajar
livremente, assim
como o caixeiro
viajante...
O outro, porém,
revidou:
— Caixeiro viajante?
Não diga isso. Sou
viajante comercial
há quinze anos...
Encontro humilhações
por toda parte,
separado da família
na maior parte do
tempo... E, para
cúmulo do azar, fui
responsabilizado
inocentemente por um
desfalque de
quatrocentos mil
cruzeiros...
Devedores astuciosos
conseguiram
envolver-me nisso,
sem que eu tenha
culpa...
Belarmino queria
continuar ouvindo,
mas uma senhora
triste entrou na
parada próxima,
carregando um
pequenino doente.
Faixa sanguinolenta
envolvia-lhe os
olhos.
— Que foi? — dessa
vez foi o próprio
Cintra quem
perguntou, lembrando
os filhos.
E a senhora:
— Meu filhinho
perdeu os olhos com
a explosão de uma
bomba.
Belarmino procura
consolá-la.
Daí a instantes, o
funcionário,
transformado, desce
e entra no gabinete
da chefia.
O diretor recebe-o,
evidentemente
irritado.
Mas Belarmino fala,
humilde:
— Doutor, antes de
tudo, quero
pedir-lhe desculpas
por minha carta
violenta e
ofensiva... Eu não
tinha razão!
O chefe sorriu, como
quem se livrara de
um desastre
iminente, e falou,
alegre:
— Oh! Graças a Deus,
você entendeu por
fim... As injunções
políticas são pedras
no caminho... Somos
companheiros,
Belarmino. Não perca
a esperança. A
promoção virá
breve...
Mas Belarmino sorri
também, e roga:
— Doutor, peço-lhe!
Não se preocupe
comigo! Eu estava
perturbado.
E despediu-se
tranqüilo, para
voltar ao trabalho.
Mas, no dia
seguinte, o chefe
procurou-o, com
excelentes informes,
e Belarmino
contou-lhe a
história viva da
frase que lera de
escantilhão. |
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pelo Espírito
Hilário Silva |
Do Livro:
Almas em Desfile, Médium:
Francisco Cândido
Xavier. |
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