C.E.
Caminhos de Luz |
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Oi Alma Irmã, nossas Fraternais
Saudações! |
Que esta MSG te encontre em Paz
e com Saúde!!! Bom final de
semana!!! Obrigado pela
companhia! |
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— Quero dois mil
cruzeiros em livros
espíritas!
Era uma jovem
senhora no balcão, a
fazer o pedido.
Mas o gerente da
casa solicitou:
— Faça, por
obséquio, a relação.
— Não há necessidade
— afirmou a dama —,
escolha os melhores
e mande ao Dr.
Anísio Fortes.
E forneceu o
endereço exato.
O chefe do serviço,
porém, coçou a
cabeça, encabulado.
Aquela moça
sorridente a fazer
uma compra
significativa, assim
desacompanhada... A
indicação do nome de
um médico que ele
sabia materialista,
embora
respeitável...
Não desejava criar
um caso entre a
instituição que a
livraria
representava e o
clínico referido.
— A senhora está
credenciada por ele
para fazer a compra?
A cliente sorriu,
compreendendo a
dificuldade, e,
rogando ao diretor
de vendas um minuto
de atenção,
explicou:
— Bem, o senhor não
me conhece e devo
esclarecer a
questão, em meu
próprio benefício.
Esboçou na face a
expressão silenciosa
de quem ouve a
própria consciência
e continuou:
— Narrando os
próprios erros,
atendemos à
profilaxia
necessária contra as
nossas imperfeições.
Imagine o senhor
que, há precisamente
quatro anos, cometi
falta grave.
Recém-casada, vi meu
esposo adoecer sem
recursos. Não tendo
o apoio de qualquer
parente que me
pudesse prestar
auxílio, aceitei a
única oportunidade
que me apresentavam,
a de zelar pelo
asseio no gabinete
do Dr. Fortes.
Encerar, porém, duas
salas e limpar
instrumentos e
vidros, móveis e
vasos asseguravam-me
ninharia... O
ordenado dava mal
para alguns
sanduíches. Minha
luta crescia.
Penhorei o que pude.
Mesmo assim, os
débitos aumentavam.
Apareceu,
entretanto, a grande
oportunidade. Amigos
de meu esposo
lembraram-me o nome
numa prova de
habilitação para
atendente. Poderia
ingressar, assim, no
Serviço Público.
Contudo, a
preparação de papéis
requeria dinheiro. A
aquisição de traje
novo requeria
dinheiro. Vivia na
expectativa
inquietante, quando,
de caminho para o
trabalho, encontrei
precioso vaso
quebrado, sob
elegante janela.
Fina porcelana
estilhaçada. E
veio-me idéia
estranha. Por que
não aproveitar?
Juntei fragmento a
fragmento, recompus
a peça o quanto me
foi possível,
adquiri papel fino,
adequado a presentes
e fiz pequenino
volume de bela
aparência. Apressei
o passo e cheguei
mais cedo. Fiz todo
o serviço que me
competia e,
postando-me atrás da
porta com o presente
numa das mãos,
esperei que o Dr.
Fortes viesse. Eu
sabia que ele
chegava de repente,
varando a porta à
feição de vento
tempestuoso.
Aconteceu o que
previa. O Dr. Fortes
empurrou a porta de
vaivém com força, e
zás!... O embrulho
rolou no piso e os
cacos com grande
ruído deram a
impressão perfeita
de que a
preciosidade se
perdera naquela
hora. Meu jogo fora
certo. O bondoso
amigo, cavalheiro
corretíssimo,
fitou-me
consternado...
Como a voz da
interlocutora se
fizera hesitante, o
gerente indagou,
interessado:
— E o resto?
— Ante as perguntas
do médico, que se
supunha responsável
pelo desastre, menti
que se tratava de
uma lembrança que
meu marido e eu
havíamos adquirido a
custos para ofertar
a minha irmã,
prestes a
casar-se... O Dr.
Fortes consultou os
remanescentes da
peça e, homem muito
experimentado,
avaliou-a pelo justo
valor. “Não quero
que a senhora tenha
qualquer prejuízo” —
disse, pesaroso. E,
de imediato, sacou
do bolso dois mil
cruzeiros,
entregando-nos a
título de
indenização, pedindo
desculpas. Embora
desconcertada,
recebi o dinheiro e
utilizei-o nas
providências que
desejava. Concorri
ao cargo e consegui
nomeação para
trabalhar num
instituto
assistencial.
Abandonei minhas
antigas atividades.
Conquistei salário
digno. Depois de
algum tempo,
buscando auxílio
moral na Doutrina
Espírita em
benefício de meu
esposo, tornei-me
espírita,
igualmente, e
compreendi meu erro
grave, percebendo
que me fiz ladra,
através do que
podemos chamar uma
“falta perfeita”.
Procurei, então, o
Dr. Fortes e
confessei-lhe o meu
gesto infeliz. Ele
ouviu-me, com
simpatia e respeito,
mas não concordou
com a devolução do
dinheiro.
Abraçou-me,
benevolente, e
apenas pediu que eu
lhe desse um livro
do nosso movimento,
à guisa de amostra,
desejando conhecer
os princípios que me
revolviam, assim, o
fundo da
consciência...
O gerente da
livraria, ao vê-la
terminar a história,
estendeu-lhe a mão,
cumprimentando-a e
falou, comovido:
— Minha irmã, seu
exemplo me obriga a
pensar...
A dama pagou a
importância fixada,
e, quando voltou à
livraria, três dias
depois, para
recolher o
certificado de que o
médico havia
recebido a
encomenda, encontrou
o gerente,
atarefado,
preparando um fardo
de livros.
— Está vendo? Disse
ele à recém-chegada
— hoje faço
igualmente o meu
pacote com mil e
duzentos cruzeiros,
em livros da nossa
Causa, para oferecer
a um amigo...
— Como assim? —
perguntou a
visitante,
evidentemente
intrigada.
O gerente, contudo,
apenas sorriu e
falou, entre
satisfeito e
hesitante:
— Eu também tenho um
caso... |
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pelo Espírito
Hilário Silva |
Do livro: Almas em
Desfile. Médiuns:
Francisco Cândido
Xavier e Waldo
Vieira. |
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