C.E. Caminhos de Luz |
|
|
|
|
|
Oi Alma Irmã, nossas Fraternais Saudações! |
Que esta MSG te encontre em Paz e com Saúde!!! Obrigado pela companhia! |
|
I
Grande confeitaria
paulista, ao
anoitecer. Clientela
numerosa.
Quando Olavo Dias,
denodado trabalhador
da seara espírita,
se aproxima da caixa
para efetuar o
pagamento de certa
compra, surge a
atordoada:
– Ladrão! Ladrão!
Pega o ladrão! Pega!
Pega!
Alia-se um guarda a
robusto balconista e
agarra pobre homem,
extremamente mal
vestido, que treme
ao apresentar grande
pacote nas mãos.
– Ele roubou de um
freguês – grita o
caixeiro, como que
triunfante ao
guardar a presa.
Quase todos os
rostos se voltam
para o infeliz.
O policial
apresta-se para as
providências que o
caso lhe sugere, mas
Olavo Dias avança e
toma a defesa.
Não é um ladrão –
explica – e não
admito qualquer
violência.
E no propósito de
ajudá-lo, Olavo
mente, afirmando:
– É meu empregado e,
decerto, retirou o
pacote julgando que
me pertencesse.
Enérgico, toma o
embrulho, devolve-o
ao gerente, pede
desculpas pelo
engano e afasta-se
com o desconhecido,
dando-lhe o braço,
como se o fizesse a
um parente, diante
dos circunstantes
perplexos.
Dobrando, porém, a
primeira esquina,
dirige-lhe a
palavra,
admoestando:
– Ora essa, meu
caro! Sou espírita e
um espírita não deve
mentir. Entretanto,
fui obrigado a isso
para defendê-lo.
O interpelado
mergulha a fronte
nas mãos ossudas e
explica em lágrimas:
– Doutor, roubei
porque tenho seis
filhos com fome...
Sou doente do
peito... Não acho
serviço...
– Bem, bem – falou
Olavo, comovido –,
não estou aqui para
fazê-lo chorar.
Condoído, abriu a
bolsa, deu-lhe o
concurso possível e
perguntou-lhe pelo
endereço.
O infeliz declarou
chamar-se Noel de
Souza, deu os nomes
da esposa e dos
filhos e informou
residir nas
proximidades da Vila
Maria, em modesto
barracão.
O benfeitor,
realmente
sensibilizado,
prometeu visitá-la
na primeira
oportunidade, e,
finda uma semana,
ei-lo de automóvel a
procurar pela
casinha distante.
Depois de algum
esforço,
localizou-a.
Encontrou a senhora
Souza e os seis
filhinhos
esquálidos, mas o
dono da casa não
estava.
Saíra para angariar
socorro médico.
Olavo, tocado de
compaixão, fez
quanto pôde pela
família sofredora e,
ao despedir-se,
ouviu a dona da casa
dizer-lhe sob forte
emoção:
– Um dia, se Deus
quiser, Noel há de
retribuir o senhor
por tudo o que está
fazendo...
Precisando deixar S.
Paulo, em função da
vida comercial,
Olavo recomendou os
novos protegidos a
diversos
companheiros, e
esqueceu a
ocorrência.
II
Decorridos seis
meses, Olavo, certo
dia, chega apressado
ao aeroporto de
grande cidade
brasileira.
Precisava viajar
urgentemente, mas
não tem passagem.
Arriscar-se-á, no
entanto, à aquisição
de última hora.
Retendo pequena
pasta, procura na
multidão um amigo
que o precedera,
minutos antes, com o
fim de ajudá-lo, até
que o vê a pequena
distância,
acenando-lhe a que
se apresse.
O problema está
resolvido. Basta que
apresente a
documentação
necessária.
Avança, presto, mas
alguém cruza o
caminho. Sente-se
abraçado numa
explosão de ternura.
Olavo tenta quebrar
o impedimento
afetivo, mas
reconhece Noel de
Souza e estaca,
surpreendido.
– Você... aqui?
O amigo está
humildemente
trajado, mas limpo e
alegre.
– Sim, doutor,
preciso vê-lo –
confirma o
interlocutor.
– Agora, não – falou
Olavo, contrafeito.
Como se não lhe
anotasse o azedume,
o outro tomou-lhe o
braço e arrasta-o
docemente para fora
do raio de visão do
companheiro que o
espera.
– Souza, não me
detenha, não me
detenha...
– roga Olavo,
inquieto.
– Escute, doutor,
preciso
agradecer-lhe...
E como se não lhe
pudesse escapar da
mão, Olavo
escuta-lhe a fala
entediado e
impaciente. Noel
refere-se à esposa e
aos filhos e repete
frases de gratidão e
carinho.
Depois de alguns
instantes, Dias,
revoltado,
desvencilha-se e
abandona-o sem dizer
palavra. Alcança o
amigo, mas é tarde.
O avião não pudera
esperar.
Acabrunhado, vê, de
longe, o aparelho de
portas cerradas, na
decolagem.
Bastante
desapontado, busca
Noel de Souza para
ouvi-lo com mais
atenção, já que
perdera a viagem.
Entretanto, por mais
minuciosa a procura,
não mais o encontra.
Daí a quatro horas,
recebe trágica
notícia.
O aparelho em que
disputara lugar
caíra de grande
altura, sem deixar
sobreviventes.
Intrigado, regressa
a S. Paulo e corre a
visitar a choupana
de Noel. Quer vê-lo,
abraçá-lo, comentar
o acontecimento.
Mas, no lar modesto
de Vila Maria, veio
a saber que Souza
desencarnara dois
meses antes. |
|
|
|
pelo Espírito
Hilário Silva |
Do Livro:
Almas em Desfile, Médium:
Francisco Cândido
Xavier. |
|
|
|
NOVIDADES NO SITE |
Reformulamos nosso
site, agora
totalmente amigável
para smartphones e
tablets. Ajude-nos a
divulgar essas
mensagens e reenvie-a
aos seus contatos. |
|
|
|
|
|