C.E.
Caminhos de Luz |
|
|
|
|
|
Oi Alma Irmã, nossas Fraternais
Saudações! |
Que esta MSG te encontre em Paz
e com Saúde!!! Bom final de
semana!!! Obrigado pela
companhia! |
|
Aquele lar
fundamentado em
bases sólidas de
amor e trabalho,
desde algum tempo
parecia invadido por
tempestades
incessantes de dor.
Feliciano Azevedo,
na idade madura, era
iniciado nos
mistérios da
lágrima, envolvido
em terríveis
tormentas de
desventura. A filha
amorosa, que resumia
as esperanças
paternas, perdera o
equilíbrio mental
logo após um curso
escolar brilhante,
anulando, assim,
alegres expectativas
familiares. A esposa
sensível baixara ao
hospital, com a
saúde abalada para
sempre.
Desarvorado, qual
viajante cujo barco
vai impelido para as
ondas revoltas,
antevendo os
momentos do
naufrágio cruel,
Feliciano
agarrava-se à fé em
Deus, em supremo
desespero do
coração.
As economias fartas
de outro tempo
dissiparam-se em
poucos meses. Agora,
dividia as horas
entre o hospital e o
manicômio. Os
empréstimos
asfixiavam-no.
Quando a situação
assumia aspectos
ainda mais graves,
eis que surge
inesperadamente um
amigo, aconselhando:
— Ora, Feliciano,
porque não tenta o
Espiritismo? É
possível que o caso
da jovem seja
simples obsessão. Os
benfeitores do Além,
quando podem,
costumam ligar-nos o
coração ignorante
com a Fonte infinita
das bênçãos.
Experimente.. .
Feliciano ponderou a
advertência amiga e
deliberou atender
sem delongas. Na
noite desse mesmo
dia, foi à casa da
família Macedo, que
mantinha um grupo
espiritista muito
íntimo.
Recebido com muita
simpatia, pela
sinceridade de suas
expressões, ouviu
por intermédio de
jovem sensitiva a
palavra de generoso
amigo da
espiritualidade, que
lhe falou mais ou
menos nestes termos:
— Meu irmão, não
olvides a coragem
para o êxito
necessário. A
passagem pela Terra
pode ser um
aprendizado
angustioso, mas é
parte de nossa
marcha para a
sabedoria infinita.
No curso dos maiores
infortúnios, lembra
que Deus é Pai
bondoso e justo. O
caso da tua filhinha
procede de tenaz
perseguição, do
plano invisível.
Irmão nosso,
perturbado e cego,
há lançado amarguras
na tua estrada dos
tempos que correm.
Não desesperes,
porém. É razoável
que a Justiça
trabalhe, enquanto
houver necessidade
de reparações.
Contribuiremos para
que se aclarem os
horizontes.
Esforça-te, pois,
conosco, atendendo à
Providência Divina.
Aquelas palavras,
pronunciadas com
imensa ternura, lhe
balsamizaram o
coração
entristecido.
Tinha a impressão de
que imergia o
espírito sequioso em
fonte cristalina,
ardentemente
esperada no deserto
da sua angústia. Os
amigos presentes
incumbiram-se de lhe
consolidar as
esperanças. O chefe
da casa relatou a
difícil experiência
doméstica, em que se
valera do socorro
espiritista. Cada
companheiro trouxe à
baila o seu caso
pessoal, revelando a
excelência do
auxílio, oriundo das
mãos intangíveis dos
desencarnados.
Feliciano exultava.
Pela primeira vez,
depois de longos e
laboriosos tempos de
luta, dormiu
sossegadamente,
empolgado por
singulares
pensamentos de paz.
Os Macedos,
aliando-se à boa
vontade de outros
irmãos, começaram a
prolongada série de
reuniões íntimas,
destinadas ao
esclarecimento do
infortunado obsessor,
consagrando, neste
mister, as suas
melhores energias.
Três vezes por
semana reuniam-se os
benfeitores
encarnados. O pai e
esposo aflito
mantinha-se firme na
sua fé, presente a
todos os trabalhos.
O irmão perturbado,
mal se pronunciava a
prece inicial,
incorporava-se
prestemente,
apossando-se por
completo do aparelho
mediúnico. Bertoldo,
o diretor da
reduzida assembléia,
falava-lhe com
sincera dedicação
fraternal e,
contudo, o infeliz
parecia aferrado a
sinistros propósitos
.
— Este homem é um
criminoso — apontava
o Feliciano, com
sarcasmo — em outro
tempo destruiu-me o
lar, escarnecendo
das minhas sagradas
aspirações
familiares.
Companheiro desleal
e ingrato, esqueceu
a mão amiga que o
erguera da miserável
condição de servo
ínfimo!...
E com lágrimas de
ódio continuava,
depois de mordentes
acusações:
— Malvado!...
Monstro! Seguirei no
teu encalço, onde
quer que te
escondas!...
— Mas, meu irmão —
replicava o
orientador,
bondosamente — quem
de nós outros estará
sem erros? Todos
procedemos de um
passado sombrio e
delituoso. Na longa
jornada, por trás de
nossos passos, há
rios de lama e
sangue, que
precisamos purificar
com a tolerância
recíproca. Comecemos
novo dia de
fraternidade. Deus,
que é Pai e Senhor
Supremo do Universo,
renova
incessantemente as
nossas oportunidades
de serviço e
edificação. Se Deus
atende, assim, que
razão nos assiste
para eternizar a
vingança nos
caminhos da vida?
Esquece o mal, meu
amigo. Contempla o
nosso Feliciano
humilhado,
torturado,
vencido!... Não te
doera vê-lo assim,
de cabelos nevados
prematuramente? Que
prazer poderás
sentir martirizando
uma pobre mãe no
hospital e uma
criança no
manicômio? Sejam
quais forem as tuas
mágoas de
existências
anteriores, olvida o
mal e perdoa...
O diretor amorável
dizia essas
palavras, de olhos
molhados, convencido
de que esclarecer
não é ordenar, e que
doutrinar não
significa impor
violentamente.
Aquele generoso
Bertoldo não
ignorava a extensão
das misérias, nas
experiências
humanas, sabia
conjugar os próprios
conhecimentos,
ofertando-os ao
próximo como
ramalhetes de flores
luminosas. O
perseguidor chorava,
entre o ódio e o
desespero, e a
reunião terminava
sempre num mar de
emoções
reconfortantes e
profundos
ensinamentos, porque
os companheiros ali
se uniam, antes de
tudo, nos elos
cariciosos da
humildade e do amor.
Ao fim de alguns
meses, o infeliz
cedia terreno,
demonstrando-se
transformado à luz
do Evangelho do
Cristo, não pelas
palavras ouvidas,
mas pela vibração do
sentimento coletivo.
Em breve, a esposa e
a filha,
convalescentes,
regressavam ao
ambiente doméstico.
A pequena família
não podia traduzir o
intenso júbilo.
Trazidas igualmente
aos trabalhos
espirituais, mãe e
filha pareciam
banhadas por ondas
reconfortantes de
energia nova. O
antigo obsessor
convertera-se em
benfeitor solícito.
A tranqüilidade
agora revelava
maravilhoso conteúdo
de fé e alegria.
Decorridos seis
meses sobre a nova
situação, eis que o
lar de Feliciano
parece envolvido em
novas tormentas. A
precariedade de
recursos financeiros
levara o chefe da
casa a experimentar
diversos labores sem
resultados
favoráveis. Todos os
objetos valiosos
foram levados às
casas de penhor e,
por fim, após
difícil experiência
numa oficina de
acessórios,
Feliciano cai no
leito, desolado e
paralítico. Em vão,
recorre a filha a
relações
prestigiosas, em
busca de colocação
condigna. Todas as
portas se apresentam
impenetráveis. Nos
concursos a que
compareceu,
esperançosa, era
invariavelmente mal
classificada.
Diariamente, à
noitinha, voltava a
casa, desanimada,
pernas trôpegas e
olhos inchados de
chorar. Enquanto
isso, a genitora
precisava agarrar-se
à máquina de
costura, para que
lhes não faltasse o
pão cotidiano.
A pequena família
começou a peregrinar
de rua em rua, pela
carência de dinheiro
com que pagar o
aluguel da casa.
A esse tempo,
Feliciano voltou ao
país sombrio do
desespero. Os
generosos irmãos na
fé buscavam-lhe a
companhia,
semanalmente,
reunindo-se em
preces, no seu
aposento de dor. Por
maior que fosse,
porém, o carinho
fraterno, o enfermo
não mais se livrou
de angustioso
abatimento. Os
pensamentos lhe
erravam pesadamente
da queixa incessante
para o desalento sem
limites. Por que
motivo lhe fora
reservado um cálice
tão amargo? Não
aceitara a fé? Não
se esclarecera o
obsessor terrível?
Assim se mantinha
êle mergulhado num
mar de inquirições
dolorosas.
Após dois anos
pesados de
infortúnio, valeu-se
do momento em que se
reuniam os amigos,
no quarto estreito,
para indagar ao
sábio Instrutor
espiritual a causa
dos longos
padecimentos. O
benfeitor invisível,
procedendo
delicadamente, à
maneira de alguém
que, embora
percebendo uma
ferida, não lhe
acusa a existência,
esclareceu com
intimidade e doçura.
— Não percas a
coragem, meu amigo.
A fonte das bênçãos
divinas não estanca
a distribuição dos
benefícios.
Resigna-te na dor,
como quem lhe
conhece as
utilidades sublimes.
O catre do
sofrimento é um
barco de salvação,
nas tempestades do
mundo, para o crente
identificado com a
própria fé. Usa a
provação como
termômetro da
confiança em Deus e
não desanimes!. ..
O doente estava
comovido, mas
insatisfeito.
Incapaz de perceber
a sutileza fraternal
do comunicante,
voltou a considerar:
— Agradeço as vossas
palavras generosas,
mas não me posso
furtar a dúvidas
amargosas. Não era o
sofrimento de minha
família um simples
caso de obsessão?
Não trabalhamos,
meses a fio, a fim
de esclarecer o
irmão perturbado?
Não se tornou êle
nosso amigo e
colaborador?
Todavia, tenho mesmo
a impressão de que
nossos tormentos se
agravaram
pesadamente. Minha
mulher saiu do
hospital para
internar-se na
miséria mais dura;
minha filha
regressou do
hospício para
transformar-se em
pedinte sem
esperança. . .
Engasgado de pranto,
fez longa pausa e
continuou a dizer:
— Como chegar a uma
conclusão aceitável?
Não estamos curados
de obsessão, meu
amigo?
O benfeitor
espiritual,
incorporado na jovem
médium, levantou-se
e, denunciando a
imensa sabedoria que
lhe brilhava nalma,
acentuou depois de
afagar o doente com
um gesto de amor:
— Feliciano, é
verdade que tens
sofrido muito, mas
não esqueças que os
amigos encarnados e
desencarnados te
ofereceram andaimes;
as dificuldades e
padecimentos te
proporcionaram
pedras; a fé carreou
cimento divino para
o teu coração;
entretanto, a
construção é tua.
Nunca reclames ante
a justiça de Deus,
porque se estás
curado da obsessão,
ainda não saldaste
as próprias dívidas.
Foi então que o
enfermo revelou novo
brilho no olhar e,
enquanto os
companheiros
choravam de alegria
com o profundo
ensinamento,
Feliciano Azevedo
beijou a mão que o
sábio mentor lhe
oferecia, e baixou
humildemente a
cabeça. |
|
|
|
pelo Espírito Irmão
X |
Do livro:
Reportagens de
Além-túmulo. Médium:
Francisco Cândido
Xavier. |
|
|
|
PERDEU ALGUMA
MENSAGEM? |
Acesse todas as
mensagens enviadas
em nossa Newsletter. |
|
|
|
|
|