Mediunidade de Cura

INTRODUÇÃO
Aquilo que está realmente acontecendo neste mundo é bem diferente do que parece estar ocorrendo, tal como se expressa nas manchetes dos jornais ou em textos convencionais.

E o que na realidade está ocorrendo é uma ansiosa busca de espiritualidade. Quer aprovem todas as pessoas ou não aprovem, estamos hoje em meio a um processo de transição para uma nova era, aquilo que muitos estudiosos chamam de "despertar espiritual".

Este encontro do Homem contemporâneo com o pensamento metafísico têm-se acompanhado de uma insistente busca da Medicina alternativa. Aculpuntura, Medicina Antroposófica, Bioenergética e principalmente, as terapias ditas espirituais. Milhares e milhares de pessoas decepcionadas com a Medicina Convencional têm buscado nos Centros Espíritas, ou em outras correntes religiosas, o restabelecimento de sua saúde.

Daí a importância do estudo das diversas modalidades terapêuticas oferecidas pela Casa Espírita.

MODALIDADES DE TERAPIA ESPIRITUAL
a) Fluidoterapia Convencional: trata-se do Passe Magnético, da água fluidificada e da irradiação a distância. São modalidades terapêuticas onde se trabalha com fluidos curadores, encontradas em quase todos os centros espíritas;
b) Assistência Através de Médiuns Receitistas: o médium receitista, segundo Allan Kardec (que os denominava também de médiuns medicinais), são aqueles cuja especialidade é a de servirem mais facilmente aos Espíritos que fazem prescrições médicas. Lembra o codificador que não se deve confundi-los com os médiuns curadores, porque nada mais fazem do que transmitir o pensamento do Espírito e não exercem, por si mesmos, nenhuma influência. Benfeitores espirituais dotados de conhecimentos sobre Medicina, que ditam através do médium (geralmente por psicografia) os medicamentos e as orientações que deve seguir para o seu restabelecimento. A maioria deles trabalha com Medicina Homeopática, lançando mão também de chás, ervas e drogas ditas naturais;
c) Assistência Espiritual Direta: consiste na atuação terapêutica dos Espíritos sem a participação direta de médiuns. Talvez seja a mais comum das modalidades terapêuticas espíritas, onde os Benfeitores estarão mobilizando recursos fluídicos específicos em benefício dos necessitados sem que eles, muitas vezes, percebam. Esta modalidade pode desenrolar-se nos centros espíritas ou mesmo nas residências dos enfermos. Em determinadas situações o doente é levado em corpo espiritual a certos hospitais do mundo extra-físico e lá são submetidos a complexos processos de reparação perispiritual;
d) Operações Espirituais: essa modalidade terapêutica caracteriza-se pela atuação de Espíritos desencarnados incorporados e médiuns específicos. No Brasil, ganhou muito destaque a partir dos médiuns José Arigó e Edson Queirós. Utilizando-se das mãos do médium ou de instrumentais cirúrgicos, os cirurgiões desencarnados mobilizam recursos fluídicos diretamente junto ao corpo físico e espiritual do doente.

Interrogado quanto à utilização desses instrumentos cirúrgicos neste tipo de assistência espiritual, o expositor Divaldo Franco assim se expressou:
"Na minha forma de ver, trata-se de ignorância do Espírito Comunicante, que deve ser esclarecido devidamente, e de presunção do médium, que deve ter alguma frustração e, se realiza desta forma, ou de uma exibição, ou ainda para gerar melhor aceitação do consulente, que condicionado pela aparência, fica mais receptivo. Já que os Espíritos se podem utilizar dos médiuns que, normalmente não os usam, não vejo porque recorrer à técnica humana quando eles a possuem superior." (Diretrizes de Segurança).

O Dr. Jorge Andréa, médico e escritor espírita, adverte quanto à generalização deste tipo de modalidade terapêutica:
"existem desajustes na prática desse tipo de tratamento que devem merecer, por parte dos solicitante, uma análise cautelosa, porquanto os abusos são inúmeros e as mistificações, consciente ou inconscientes, abundantes." (Psicologia Espírita)

Com relação aos resultados destas operações espirituais, o Dr. Jorge Andréa esclarece que eles vão depender de fatores ligados ao médium e ao doente. Os primeiros se relacionam à seriedade, honestidade de princípios e moralidade. Os fatores relacionados aos doentes são a fé, o merecimento e a programação cármica.

ESPIRITISMO E MÉDIUM CURADOR
A mediunidade curadora deve ser examinada tal qual qualquer outra modalidade mediúnica. Nesse sentido o médium de cura deve procurar canalizar seus recursos fluídicos para o bem, sustentado pelos princípios espíritas e pela moral evangélica. Aquele que se vê com esses dotes mediúnicos deve procurar nortear sua conduta a partir dos seguintes ítens:

a) Vinculação a um Centro Espírita: a maior parte dos problemas observados com os médiuns curadores reside no fato de não se submeterem aos regimes doutrinários de um Centro Espírita. Muitas vezes optam por um trabalho isolado, quando não constroem seu próprio centro espírita, estruturado em idéias errôneas e práticas inadequadas. Muitos inconvenientes seriam evitados se ele se integrasse a um Centro Espírita como qualquer outro trabalhador de Jesus e amparado pelas forças dos companheiros encarnados e desencarnados sofreria uma proteção muito mais efetiva;

b) Estudo Sistemático Do Espiritismo: não se pode separar a prática mediúnica do estudo constante dos postulados espíritas. Sem esse conhecimento doutrinário, facilmente o médium cairá nas malhas dos Espíritos da sombra ou de pessoas inescrupulosas e aproveitadoras;

c) Gratuidade Absoluta: a Doutrina espírita não se coaduna com qualquer tipo de cobrança para prestação de serviço espiritual. A gratuidade está também relacionada com a questão melindrosa dos "presentes" e das "doações para instituições" que muitas vezes nada mais são do que formas disfarçadas de cobrança;

d) Exercício Constante da Humildade: Allan Kardec assevera que o maior escolho à boa prática mediúnica é a vaidade e o orgulho. Nesse sentido, o médium de cura deve se conscientizar de que ele é apenas um elemento na complexa engrenagem organizada pelo mundo maior, engrenagem esta, que vai encontrar no Cristo o seu condutor maior.

FINALIDADE DAS CURAS ESPIRITUAIS
Sabemos que o grande papel desempenhado pelo Espiritismo está relacionado à moralização da humanidade. Assim sendo, pergunta-se porque assume a Doutrina Espírita compromissos com as curas espirituais? Qual a finalidade da existência de médiuns curadores? Quem responde é Divaldo Franco:

"A prática do bem, do auxílio aos doentes. O apóstolo Paulo já dizia: Uns falam línguas estrangeiras, outros profetizam, outros impõe as mãos... Como o Espiritismo é o Consolador, a mediunidade, sendo o campo, a porta pelos quais os Espíritos Superiores semeiam e agem, a faculdade curadora é o veículo da misericórdia para atender a quem padece, despertando-o para as realidades da Vida Maior, a Vida Verdadeira. Após a recuperação da saúde, o paciente já não tem direito de manter dúvidas nem suposições negativas ante a realidade do que experimentou.

O médium curador é o intermediário para o chamamento aos que sofrem, para que mudem a direção do pensamento e do comportamento, integrando-se na esfera do bem."


Bibliografia
1) Diretrizes de Segurança - Divaldo e Raul Teixeira
2) Psicologia Espírita - Dr. Jorge Andréa
3) Mãos de Luz - Dra. Barbara Brenan


Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora-MG