Fé, Rogativa e Resultado

Em matéria de fé não te esqueças do esforço na realização que te propões a alcançar.

O lavrador confia na colheita, mas, para isso, não menospreza o próprio suor no arado laborioso, permanecendo em atenciosa vigília, desde os problemas da sementeira às equações do celeiro.

O arquiteto conta materializar a construção que lhe nasce do gênio criativo, porém, para atingi-la, vela pela segurança da obra, desde a base ao teto, consciente de que insignificante erro de cálculo lhe comprometeria o serviço.

O professor conhece os méritos da escola, mas não ignora a necessidade da própria renúncia na formação cultural do discípulo, permanecendo na tarefa assistencial, em favor dele, desde o alfabeto ao título de competência.

O operário espera o vencimento mensal que lhe assegura a subsistência, no entanto, sabe que não pode relaxar os próprios deveres, a fim de que a supervisão do trabalho não exonere ou prejudique.

Fé que apenas brilhe na palavra vazia ou fé parasitaria que somente se equilibra pela influência alheia, nutrindo-se tão somente de promessas brilhantes e relegando a outrem as obrigações que a vida lhe assinala, serão sempre atitudes superficiais daqueles que se infantilizam à frente das responsabilidades que o Senhor confere a cada um de nós.

Aceitemos o imperativo de nossa própria renovação com o Cristo, se realmente buscamos um clima de elevação à própria existência.

Tracemos nosso ideal superior, utilizando nossas melhores esperanças, todavia, não nos esqueçamos de transpirar no esforço próprio, doando nossas forças na edificação que pretendemos buscar, porque a fé em si constitui dinamismo atuante de nossas energias, condicionado à forma e à natureza de nossas orações ou de nossos desejos, impondo-nos, inevitavelmente, o resultado das ações que nos são próprias, seja na luza redentora do bem ou na treva escravizante do mal.


Emmanuel