Tudo

Do átomo de lodo à estrela que fulgura
No azulado painel de láureas do Infinito,
Do ciciar do inseto ao cavernoso grito
Das forças do trovão que ribomba na altura. . .

Da luz viva do sol à treva em noite escura,
Da pérola de orvalho ao bloco de granito,
Do côvado de terra ao espaço irrestrito,
Da brandura da fonte à rocha que a segura. . .

Da lesma atada ao barro aos pássaros na aurora,
Do coração que ri ao coração que chora,
Daquilo que se estima a qualquer ponto inverso. . .

Da idéia antiga e estreita à idéia nova e grande,
Da forma que regride à vida que se expande,
Tudo fala de Deus na pompa do universo.


Tobias Barreto