Uma oportunidade de ouro ao movimeto assistencial espírita (e não-espírita)

Sabemos que em todo o mundo estão sendo difundidas e aplicadas as normas de qualidade de processos, a ISO-9.000; e também as normas de respeito ao meio ambiente, a ISO-14.000. No entanto, até o início deste ano (2006) não há norma mundial para o sistema que vai revolucionar o mundo corporativo e as instituições de assistência e promoção social, entre as quais se enquadram os Centros Espíritas (que geralmente tem esse departamento).

A oportunidade de ouro:
Veja a seguir, caro leitor, três notícias: uma boa, outra ótima e a terceira, excelente!

A boa notícia:
De forma exemplar o Brasil, através da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou em dezembro de 2.004 a NBR 16.001, a norma brasileira da responsabilidade social. Mas que, por não ser uma Norma Mundial, não teve a repercussão que merecia.

A ótima notícia:
Está chegando a ISO-26.000, norma internacional de responsabilidade social!!!

Veja esta: 110 países membros da International Organization for Standardization reuniram-se e indicaram dois países para estarem à frente desse esforço para criação até o ano de 2.007 da norma ISO-26.000, a norma internacional de responsabilidade social. Entre 110 países dois foram os escolhidos como responsáveis por esse projeto. Quais? Suécia e Brasil. Quem está presidindo essa associação? Um brasileiro: Jorge Cajazeira, gerente de excelência empresarial da Suzano Papel e Celulose. Não é uma ótima notícia? Aliás, duas: a criação da ISO-26.000 e o fato de um brasileiro estar à frente deste acontecimento que é um dos mais importantes dos últimos tempos.



E finalmente, a excelente notícia:

Com o advento da ISO-26.000 as empresas ver-se-ão obrigadas a intensificar suas ações na área social. Algumas empresas, precavidas, estão de forma inovadora – e inteligente - criando Gerência ou Diretoria de Responsabilidade Social. Veja só, o que até há pouco tempo era (e ainda é em muitas empresas) um acanhado apêndice do RH das empresas, passará a ter a posição de Departamento ou Diretória!
A seguir parte de reportagem do jornal Folha de São Paulo, de 1o. de março/06:
a) “Em menos de um ano, o Brasil terá empresas com certificação oficial que comprove seu compromisso de responsabilidade social”.

b) “Junto a Suécia, o Brasil será um dos primeiros do mundo a ter certidão oficial que ateste compromisso ambiental e ético”.

c) “Para se certificar, a empresa interessada precisa fazer solicitação ao Inmetro. Ela deve atender a uma série de normas que dizem respeito ao meio ambiente, à sociedade, à ética do setor, entre outras questões, que serão verificadas por uma empresa de auditoria”.

d) “Segundo o presidente da Inmetro, João Jornada, o selo de responsabilidade social será uma contribuição ‘muito grande’ para a cidadania do país”. Diz Jornada: “Quem quiser obter o selo já pode procurar se adequar de acordo com as normas da ABNT dispostas na Internet, adequar seu processo todo para mostrar o cumprimento de responsabilidade”.

e) Diz ainda Jornada (presidente da Inmetro): “O programa também vai alavancar bastante as exportações a médio prazo, a medida que o selo representa um certificado de confiança que responde à demanda por responsabilidade social cobrada no exterior”.
O que ocorrerá nesta nova fase?

Para conquistar o consumidor, as empresas terão que investir maciçamente na área social. No entanto, como este não é o seu foco, a alternativa mais rápida e sensata será elas procurarem instituições assistenciais, que possam fornecer projetos nesta área.
Haverá uma mudança de 180 graus no mundo corporativo e também nas instituições assistenciais que rapidamente se adequarem a esta nova realidade. Os Centros Espíritas que tomarem iniciativas nessa direção, passarão da condição de pedintes, das empresas, para ofertantes. Desde que, repito: desde que elaborem bons projetos. E este vai ser o grande desafio dos Centros Espíritas: elaborar projetos no campo assistencial que sejam altamente profissionais, consistentes e confiáveis, pois as empresas são muito exigentes neste aspecto. Não vão querer entrar em canoa furada.
Para se ter um exemplo que já na situação atual não falta dinheiro para projetos sóciais, mas, sim, faltam bons projetos, lembremo-nos do Gerente da área social da Petrobrás que, no ano de 2.005, disse que tinha mais de 300 milhões de reais para aplicar em projetos ambientais e sociais e a sua grande dificuldade era, pasme, leitor: “desovar este dinheiro” por falta de projetos consistentemente elaborados.
Os Centros Espíritas que saírem à frente em termos de organização interna relacionada a elaboração de projetos sociais, serão os primeiros a usufruírem do dinheiro que irá jorrar. E esta é a palavra certa (jorrar), pois – de repente – milhares e milhares de empresas terão que se preocupar pelas questões sociais. Empurradas, claro, pela força da ISO 26.000
Não sei se estou sonhando alto, mas creio que o fato acima será importante ferramenta para unir as casas espíritas. Por uma questão de racionalidade os Centros Espíritas provavelmente irão concluir que, mais importante do que cada Centro criar um departamento de projetos para angariar recursos sociais (o que seria muito trabalhoso, dispendioso e provavelmente com qualidade precária), o mais sensato e lógico seria unirem-se vários Centros Espíritas para criarem um único Departamento de Projetos, pois, assim, haveria condição de contratarem profissionais (em vez de voluntários) para elaborar documentos altamente confiáveis, que fizessem as empresas acreditar na seriedade da proposta.
Bem, se até agora o amor não conseguiu unirmo-nos, quem sabe o dinheiro consiga!
Lembre-se, caro dirigente espírita: a ISO-26.000 vem aí!!!