Entrevista: Professor Alkindar de Olivfeira

O conhecido professor Alkindar de Oliveira tem oferecido importante contribuição ao movimento espírita nacional através de seus cursos, seminários e palestras. Profissionalmente professor de oratória, escritor, palestrante e ativo tarefeiro espírita, Alkindar tornou-se muito conhecido pela qualidade de seus seminários, sempre requisitados por todo país.

Seus textos primam pela valorização da afetividade, inclusive nas empresas, o que também ocorre em suas abordagens verbais, sempre construtivas. E quem o conhece pessoalmente sabe de sua simplicidade na personalidade afável e amiga, acessível sempre às idéias e projetos que visem o crescimento do ser humano.

Referido amigo tem lutado com várias idéias e sugestões que auxiliam o progresso do movimento espírita. Entre eles encontra-se o PROJETO ORAR, cujo “O” da sigla ORAR significa Ousadia na Divulgação. Considerando a atualidade de nossas atividades espíritas no país, resolvemos submeter três perguntas ao conhecido professor, cujas respostas trazemos aos leitores:

1)- Como o amigo vê os progressos do movimento espírita na construção do afeto entre os próprios espíritas? E por que tanta valorização do afeto nos dias atuais, inclusive por iniciativa dos espíritos?
Em relação à primeira questão, lembro-me quando há muito tempo li que todo projeto para "acontecer", isto é, para passar da teoria à prática, precisa necessariamente cumprir com três etapas seqüentes: divulgação - conscientização - cristalização. Fico feliz, pois no meio eespírita o tema afetividade finalmente passou a colocar firmemente os pés no primeiro dos três degraus (divulgação). Nunca o assunto afetividade foi tão divulgado quanto no presente momento. Em relação ao segundo degrau (conscientização), creio que várias instituições espíritas já estão colocando os seus pés. Timidamente ainda, mas colocando. E, consolidando o processo, existem instituições espíritas - num pequeno número - que já subiram os dois primeiros degraus e, num esforço tremendo, estão colocando as pontas dos pés no terceiro degrau (cristalização). Enfim o afeto está na pauta do dia, em progressivo crescimento.

Quanto ao porquê da valorização do afeto nas dias atuais, inclusive por iniciativa dos espíritos, a única explicação que vejo é porque estamos no bojo da nova era preconizada por Kardec. E Jesus, o maior símbolo do amor que já colocou os pés em nosso planeta, está no comando deste processo e, presente, muito presente. Creio firmemente que a atual valorização da afetividade no meio espírita é natural conseqüência da vontade de nosso Mestre, Jesus.



2 - Em termos de divulgação, que alavanca principal está faltando para fazer o Espiritismo mais conhecido em suas propostas?
Primeiro é importante conscientizarmo-nos da importância da divulgação da nossa Doutrina. O mundo precisa do Espiritismo. E, atualmente, muitas pessoas ainda têm uma visão deturpada, para dizer o mínimo, do que é o Espiritismo. Por exemplo, certa vez eu estava em meu carro, sintonizado na rádio Bandeirantes de São Paulo, quando ouvi um comentarista econômico dizer algo assim: "a situação do nosso país está tão difícil, que os Centros Espíritas estão até substituindo a galinha preta pelo caldo Knorr".

Achei graça, mas logo a seguir - melhor refletindo - fiquei indignado pelo desconhecimento do jornalista em relação ao Espiritismo. Ele associou galinha preta com o Espiritismo! Culpa da mídia? Não. Certamente não. Pois, em relação ao Espiritismo, não obstante a existência de vários projetos de divulgação, na maioria deles falamos para nós mesmos. São programas espíritas e jornais espíritas com temas dirigidos, repito, a nós mesmos. E com este procedimento - falando para nós mesmos - como os jornalistas da grande mídia poderiam conhecer o Espiritismo? Já imaginou se, por exemplo, tivéssemos uma coluna semanal espírita no jornal Folha de São Paulo e/ou no Estado de São Paulo? Já imaginou se uma vez por semana divulgássemos em dois minutos o Espiritismo na Rede Globo em horário nobre? Já imaginou se uma vez por semana o ator Paulo Goulart (espírita) aparecesse por dois minutos na TV - em horário nobre - explicando "o que o espiritismo não é"? Se isto ocorresse, a repercussão seria tamanha, que as editoras espíritas aumentariam suas vendas e, naturalmente, sentiriam-se estimuladas a investir na divulgação espírita na televisão e nos jornais de maior repercussão. Começaria, então, um notável círculo vicioso: investir na grande mídia; vender mais livros; o Espiritismo tornar-se mais conhecido; investir na grande mídia; vender mais livros espíritas; o Espiritismo tornar-se mais conhecido...


Então a resposta para uma possível alavanca faltante é: OUSADIA na divulgação. E quem reforça a necessidade de sermos ousados é Allan Kardec, no livro Obras Póstumas, Projeto 1.868: "Uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados, levaria ao mundo inteiro, e até aos lugares mais recuados, o conhecimento das idéias espíritas, faria nascer o desejo de aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos, imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião". Portanto, Kardec deixa claro que é preciso utilizarmos da grande mídia. Só não citou a televisão porque em sua época não havia esta alternativa. No entanto, colocando os pés no chão, sabemos que o grande impedimento para divulgarmos na grande mídia é a falta de recursos financeiros. Mas, então, qual é a solução para atingirmos este propósito uma vez que não há recursos financeiros no meio espírita para investir em divulgação na grande mídia? Bezerra de Menezes nos dá a resposta: na última reunião de 2.004 do Conselho Federativo Nacional, da FEB, nosso amado benfeitor disse através da psicofonia de Divaldo Franco: "(...) Divulgar o Espiritismo por todos os meios e modos dignos ao alcance, é tarefa PRIORITÁRIA". Portanto, quando o movimento espírita brasileiro conscientizar-se da importância destas palavras de Bezerra, isto é, quando conscientizarmo-nos de que a divulgação do Espiritismo é tarefa PRIORITÁRIA, o dinheiro aparecerá . Projetos sérios terão vida. Sintetizando, para bem divulgar nossa doutrina a alavanca principal que ainda nos falta é: ouvir Allan Kardec e Bezerra de Menezes, que pedem que sejamos ousados na divulgação! É preciso investir publicitariamente na GRANDE MÍDIA, o que Bezerra de Menezes fazia quando era habitante da Terra. Ele tinha uma coluna espírita semanal no jornal de maior circulação do país, "O País", do Rio de Janeiro. É o que também fazia Herculano Pires quando era habitante da Terra. Ele tinha uma coluna espírita periódica no jornal de maios circulação do Estado de São Paulo, "O Diário de São Paulo".

3 - Em suas andanças em palestras e seminários, nos temas específicos desua área de atuação - sempre muito requisitados pelo movimento espírita , que visão e experiência de retorno o amigo pode apresentar?
Tenho me surpreendido com a repercussão de dos temas relacionados com liderança, trabalho voluntário e a nova era. Felizmente, nos retornos, percebo muitas vezes de que a semente foi lançada em boa terra. Vários projetos surgiram após estes temas terem sido proferidos.

Cremos que é chegada a hora de darmos as mãos para tornar palpáveis tão amplas propostas. Sem dúvida, os frutos têm surgido – como ela mesmo declara em sua última questão – e isto está a olhos vistos. Mas é preciso perseguir com determinação tais objetivos, sem deixar que o entusiasmo fique apenas em frutos imediatos e passageiros. Que se tornem permanentes, é o desejo de todos nós.

A propósito, vale dizer que Alkíndar profissionalmente ministra treinamentos profissionais nas áreas da liderança, da motivação, da comunicação e da humanização do ambiente organizacional. Procura levar esta sua vivência às entidades espíritas, ministrando seminários gratuitos. Querendo agendar seminários espíritas com o Alkíndar, seu e-mail é alkindar@terra.com.br fone 0 xx 11 5505-9992, com um detalhe, sua agenda para seminários espíritas está completa até dezembro


Alkindar de Oliveira e Orson Carrara