Apreciando Satélites, por Irmão X
Adolescência
--- Questão [#001]
A gravidez na adolescência é, na minha opinião, uma crise que se sobrepõe à
crise da adolescência. Gostaria que a senhora comentasse porque as
adolescentes, tendo conhecimento dos métodos contraceptivos tem a
despreocupação com a gravidez ou tem o desejo, nem sempre consciente, de
engravidar. Seria isto uma auto-afirmação ou uma maneira de se rebelar contra a
autoridade paterna ou ainda a busca de um sentido ou uma razão para viver?
Como a casa espírita deve abordar a gravidez na adolescência ?
Resposta: Vamos por partes: Sem dúvida a gravidez na adolescência faz um
acréscimo na crise de transição e checagem de valores, através da qual o
indivíduo , primeiro púbere e depois adolescente, poderá ou não dar entrada
satisfatória na vida adulta. Isto por que ele não está "pronto" ,
seja do
ponto de vista físico , cultural e social. Se exatamente neste momento se
instala um fato chamado gravidez que estabelece maternidade ou paternidade,
este adolescente se verá "forçado" a ser adulto. Ora, todos sabemos que a
evolução é um processo , o que também é verdade do ponto de vista da maturidade
psicológica. O que se vê então são jovens sobrecarregados, ou seja, com uma
carga maior do que podem suportar. Por outro lado, a opção pelo aborto também
vai gerar uma sobrecarga, certamente de maiores consequências. Este o desafio
com que nos defrontamos.
Muitas vezes o adolescente está informado pela escola ou pela mídia em
geral
sobre os métodos anticonceptivos. Mas desde quando informação é sinônimo de
educação? A transformação ou seja, mudança de comportamento, que está
implícita no processo educação passa pela capacidade de conceituação
(significando estabelecer um conceito, uma opiniãoprópria sobre o que me é
dito, ao contrário do preconceito). Se não conceituarmos, não
compreenderemos
e também não faremos uso disto em nossas vidas. Serão palavras ao vento. O
Evangelho aliás se ocupa do assunto na parábola do Semeador...
Entretanto, cada caso é um caso, tendo razão quem nos dirige a pergunta.
Pode
ser rebeldia, descaso da família, baixa estima, obsessão, tudo isto e
muito mais. Cabe analisar de perto. A casa espírita já tem objetivos
claros
de cooperação para quem se aproxima de seu ambiente : formar caracteres de
educação integral , envolvendo não só a alma - espírito encarnado - mas
promovendo o bem viver de cada qual através de um programa eminentemente
pedagógico e espiritual, como nos recomenda o Codificador. Entretanto não
cabe
a casa espírita julgamento ou
exclusão quando o confrade não logra êxito em sua caminhada. Cabe o
acolhimento , sem pieguismos de aprovação nem de desaprovação e o apoio para
que a própria pessoa encontre seu caminho. Sendo possível , dependendo do
perfil da casa, será válido um programa assistencial que vise apoiar a família,
de feição preventiva. Surgindo a gravidez na adolescência, vamos lidar com a
promoção dos envolvidos. A prova então terá alcançado seu objetivo de
engrandecimento espiritual . Para finalizar lembramos que tanto o início da
vida sexual quanto a gravidez e eventual aborto ou abandono do bebê
em vida ,
são de responsabilidade de ambos os sexos envolvidos e não só da garota. Vamos
mudar a crença de que só a mulher é responsável sexual.
E mais, já existem programas de Valorização da Vida que são levados por
voluntários espiritas, psicólogos , as casas espíritas. Para saber mais
entre em contato com o Departamento de Psicologia da Ass.Médico Espírita
de
MG - fone fax: oxx. 31. 3332.5293 e teremos o maior prazer em
apresentar-lhe o nosso programa.
--- Questão [#002]
Como trabalhar a sexualidade na adolescência sem causar danos a saúde
psicológica do adolescente?
Resposta: O trabalho será o mais natural possível , isto é , de acordo com a
natureza do adolescente, sem precipitação nem repressão. Ora, o que é tão
simples inicialmente como conduta, torna-se complexo em razão das
dificuldades
do adulto "orientador". Todos somos medianamente conscientes de nossa
dificuldade na área sexual não só em razão de nossa educação como também de
nossas reincidentes dificuldades na área, verdadeira bagagem de problemas
que
vimos carregando encarnação pós encarnação.
A maioria dos companheiros deve conhecer a piadinha que passo a contar,
como
ilustração . " Paulinho chega da pré-escola todo entusiasmado e pergunta logo
ao pai: - Pai , de onde eu vim? O pai ansiosíssimo busca um número enorme de
livros e mapas do corpo humano pré escolhidos para o grande dia e começa a
contar a história do espermatozóide e do óvulo, ressaltando sempre que
tudo
aconteceu "porque o papai ama muito a mamãe". Decorridos minutos eternos de
muito suor, o pai ouve a exclamção de Paulinho:
- Nossa , que complicado! O meu colega veio de São Paulo!"
A blague ilustra bem nossa ansiedade e despreparo para o tema. Adequação +
bom
senso + admissão de que não estamos tão bem no assunto + informação +
naturalidade + uma prece (porque não?) fazem uma boa sequencia para que a
conversa atinja seu objetivo. Afinal , a vida sexual faz parte de nossas vidas.
--- Questão [#003]
Como lidar com o adolescente rebelde, pois na adolescência já não dá para
manter a mesma relação que se mantinha com a criança?
Resposta: Você conhece aquele jogo Pedra- papel - tesoura? Então está me
entendendo. Se não, busque conhecer. Quando o papel encontra a tesoura tudo dá
certo, mas se é a pedra que a encontra, complica o jogo.
Busco esta analogia para ilustrar a idéia de que a flexibilidade é o
melhor
remédio para lidar com o adolescente rebelde. Mas não se assuste; flexibilizar
aqui significa obter o que vc quer do adolescente sem que ele perceba e não
concordar com ele. Significa não "bater de frente", mostrar
autoridade. Como? Recorramos ao Evangelho - Livro da Vida : que o
seu sim
seja sim , seu não seja não. O sim funciona como açúcar. Em altas doses cria
problemas , mela; o não é o sal, tempera. Muito sal , amarga. Lidar com limites
é sinal de proteção , tempero para o amor que você quer dar ao tal adolescente.
Entretanto é uma atitude que já deveria estar sendo cultivada desde cedo
entre
voces. Outra atitude de valor é lidar com as discordâncias. Vc pode discordar
de mim, ainda assim continuaremos amigos se a amizade é o que nos interessa. O
adolescente pode discordar de mim e eu dele, qual é o problema se não houver
real prejuízo a não ser o da discordância? Não é sinal de
desrespeito e sim
de diferença. E diferença não é defeito.Veja com naturalidade o choque
intergeracional. Nós fizemos algo parecido com nossos pais e avós. A cada
geração estabelece-se a crítica aos valores vigentes. Os que se mostraram
válidos para o grupamento humano sobrevivem; os inválidos, como numa guerra,
deixam de existir. Chama-se Lei de Progresso. E mais, adolescente não é mais
criança - é adolescente. É bom atualizar suas expectativas.
--- Questão [#004]
Tenho um sobrinho neto, que também é meu afilhado, que é interativo. Ele
tem
oito anos e é preciso ter muita paciência para lidar com ele. Por ser assim é
excluído por alguns colegas, e por conseqüência sofre muito. Ele freqüenta
sessões com a psicóloga, e toma remédio com prescrição médica. A nossa
preocupação é como será a adolescência dele, se mesmo muito amado e muito
querido no seio da família ele é assim. Como devemos lidar com ele
espiritualmente para ajudá-lo a melhorar e ter uma adolescência mais
feliz?
Resposta: A sua questão é sobre a hiperatividade, não? Pelo exposto sinto
que
vocês já tomaram as providências devidas e vale a pena perseverar nelas a longo
prazo. Os exercícios físicos , em especial a natação, assim como caminhadas, se
ele ainda não os está fazendo poderão ajudá-lo. Vale a pena ir introduzindo
pequenas tarefas de responsabilidade para ele em casa - forrar a própria
cama,
colocar o lixo para fora, aguar plantas, tudo isto bem rotinizado para que o
condicionamento possa acontecer. Outra possibilidade é começar a levá-lo para
acompanhar o parente adulto nas tarefas da casa espírita , como a campanha do
quilo. O amor nunca será sinônimo de mimos. Amar é educar. E para educar
teremos que fazer uso de duas ferramentas : o sim e o não. Espiritualmente ele
já deve estar frequentando a Evangelização, creio. Os passes dispersivos,
semanais , também devem ser buscados, além do culto do Evangelho no lar
realizado com a presença dele e dos familiares. Uma música suave colocada no
ambiente a hora de dormir , benificiará a família toda para um descanso
tranquilo. Quanto ao futuro vamos aguardá-lo com confiança.
--- Questão [#005]
Como devemos lidar com a hiper-energia do jovem?
Resposta: A chamada hiper energia é sinônimo de vitalidade, saúde e resultante
responsabilidade pois consoante a lição evangélica , muito será pedido a
quem muito foi dado , e não será justificado enterrar os talentos recebidos.
Entretanto, peço licença para sugerir trabalho para o jovem que esbanja
energia. Entendemos por trabalho a responsabilidade por qualquer tarefa que
, sendo-lhe entregue, será cumprida. Pode ser dentro de casa auxiliando nas
tarefas domésticas, porque não? O perfil familiar hoje está atualizado para que
ambos os conjuges façam de tudo , imagine como será quando ele formar o próprio
lar? Pode ser um trabalho remunerado de meio dia para que não ocorra prejuízo
em sua vida escolar, pode ser ainda o trabalho voluntário oferecido a
comunidade em geral e em particular , a comunidade espírita. É bom também fazer
exercícios físicos, caminhadas , ciclismo, natação, volei, futebol , a sua
escolha e possibilidade. Agora, vamos convir: o jovem que passa o dia assentado
na TV ou no CP vai viver ou cochilando ou "aprontando"...Vamos conduzí-lo dando
- lhe a entender que a nossa preocupação é a sua qualidade de vida.
--- Questão [#006]
É recomendado forçar um jovem de 16 anos a freqüentar a Escola de
Evangelização?
Resposta: Ir as aulas de Evangelização segue a mesma linha de ir a escola, ir
ao médico , ao dentista. É necessário e deve ser feito. Mas devo insistir no
conceito de educação ligado ao de processo. Processo é , simplificadamente,
tudo aquilo que começa de um jeito, depende do tempo , e termina de outra
forma. É portanto, dinâmico e sequente. Por isso , a espiritualidae amiga nos
tem dito que estamos em "processo de evolução". Juntamos a estas idéias a de
que a natureza não dá saltos...Portanto , sinto informar, aos 16 anos o jovem
será convencido por argumentos válidos para ele. E só. Confiemos entretanto na
sua inteligência e auto estima. Ele há de querer o melhor para si, se é
saudável . Caso contrário, talvez valha a pena buscar a orientação de um
profissional pois a baixa estima é doença que se apresenta em graus variados.
Mas é bom também ouvir este jovem.Pode ser que ele tenha afinidade com outra
religião. Neste caso, vamos respeitar sua decisão.
--- Questão [#007]
Sou professor; a maioria de meus alunos são adolescentes. Queria saber por que
eles adoram chamar tanto a atenção (através de risos, conversas altas
durante
as aulas)? E também como se explica essa apaixonite aguda dos alunos pelos
professores?
Resposta: O universo afetivo do adolescente é complexo e sofre influências do
contexto geral - mundial , familiar, local. Junte-se a isto a eclosão
hormonal
e vc terá um pouco das explicações que busca. Além do que ele é um espírito com
sua bagagem pessoal . Voce se lembra da sua adolescência? Lembra-se então
daqueles dias em que havia uma quase certeza de que se abrisse os braços,
voaria? Pois esta onipotência é particular do adolescente, uma espécie de
transe hormonal , como citam alguns autores. Há uma paixão pela vida , pelo
amor. É muito linda esta fase .Mas como nada é perfeito, torna-se também
perigosa quando sem referências saudáveis, sem limites, sem as balizas do sim e
do não. O impulso sexual toma então as características da promiscuidade para
justificar o comportamento do jovem , antes saudável, agora problemático. Nós,
seus pais e professores , ficamos tímidos diante de tanta energia vital e nos
recolhemos, indevidamente, deixando o jovem entregue a estas forças novas que
segundo André Luiz podem ser comparadas a erupção de um vulcão e nelas o
indivíduo pode se queimar indefinidamente. Os adultos muitas vezes chamam de
respeito a sua própria impotência e medo . No Evangelho segundo o Espiritismo
há uma página que se chama - A ingratidão dos filhos e os laços de família
-
pag. 249. FEB - que é um tratado de conduta. E permita-me sugerir também
o
capítulo - O Universo Afetivo da Adolescência , de minha autoria, que se
encontra publicado no livro Saude e Espiritismo da AME . Brasil . Tomara lhe
seja útil Por último, quanto as apaixonites, se vc for objeto delas, continue
adulto que apaixonite passa...
--- Questão [#008]
Como estimular os jovens a leitura, visto que tenho constatado que muito poucos
se interessam, principalmente quando resolvemos fazer um programa de
estudos
sobre algum livro?
Resposta: Qualquer hábito se define pela repetição de um determinado
comportamento, seja útil ou nocivo. Junte-se a isto as tendências do indivíduo
e seu interesse e teremos um panorama explicativo das condutas do jovem , e dos
demais indivíduos. Digo isto pois o jovem não é uma raça em separado. Somos nós
mesmos, ontem, ou nossos filhos daqui a pouco . Aproveito para lembrar que
também a adolescência não é a fase mais importante ou problemática da vida . É
somente mais uma fase entre tantas pois a vida tem valor em si
mesma.
Junte-se a nossa inabilidade ao contexto social e
a eclosão hormonal com
o start para a vida sexual e entenderemos o que nos faz debruçar sobre
esta
fase na tentativa de compreendê-la .E porque muitas vezes não tenhamos ficado
satisfeitos com a nossa própria experiência como adolescentes, é que
estamos
potencialmente interessados em cooperar com jovem ao nosso lado . Dito isto
passemos a questão do hábito de estudo e leitura. A Comunicação atual é
especialmente audio visual. É uma realidade que precisamos admitir.Desde
que a
TV entrou em nossa casa naturalmente lemos menos, salvo exceções. Com os
computadores aliados a imagem televisiva qualquer propaganda vira um show , um
hiper realismo e portanto capaz de prender a atenção de todos. A leitura deve
então preencher a algo mais, não disponível apenas visualmente . O
conteúdo da
mensagem será a grande atração do livro , o mergulho no nosso imaginário e não
apenas usufruir do imaginário do outro ( filmes , TV, programas de
computadores). Mas trata-se de um valor. Ler ou não ler , eis a questão. A
família tem o hábito da leitura? Os pais estão sempre lendo? Desde a infãncia
compram livros específicos para as crianças? Presenteiam aos amigos com livros?
Frequentam feiras de livros? Possuem biblioteca em casa, mesmo que pequena?
Como vê, na ausência destes estímulos , não haverá hábito de leitura. E os
estudos sobre livros? Segue a mesma linha de argumentação mas com uma
agravante: há estudos que são mesmo muito chatos.
--- Questão [#009]
Por que na adolescência, a maioria dos jovens se afastam da casa Espírita?
Os
meus filhos participaram de todos os ciclos do DIJ, e hoje (adultos) não
participam das atividades da Instituição que freqüento há 20 anos. Será que
houve falha minha, será que eu deveria tê-los obrigado quando eles tinham entre
15/18 anos?
Resposta: Genericamente, o jovem se afasta porque está descobrindo outros
interesses relativos ao seu momento de vida e talvez se sintam ou limitados
pelos valores doutrinários ou até mesmo podem achar que o que já receberam é
suficiente para si. De toda forma não é obrigando-os a estarem de 'corpo
presente' que vamos obter êxito. Este hábito deveria estar formado junto
com
outros mais cedo e se tal não ocorreu vamos aguardar o tempo, que haje a favor
de todos nós. A boa semente já está plantada no solo de seus corações e a seu
tempo germinará. Quanto as falhas paternas ou maternas que lhe preocupam ,
são
naturais. Pertencem a nossa condição de aprendizes da vida e de nós mesmos.
Admitido isto podemos lançar algumas hipóteses: quem sabe houve uma overdose de
frequencia a casa espírita na vida das crianças? Ou quem sabe se , observando o
seu exemplo , eles não o aprovem? E se são espiritos com outras escolhas?
Pode
ser tudo isto ou nada disto. De toda maneira, fiquemos
tranquilos. Continue
agindo de acordo com a sua consciência, onde se encontra a lei de Deus, segundo
a questão 621 d´O Livro dos Espíritos.
--- Questão [#010]
Qual a relação entre o período de adolescência e o processo reencarnatório
?
Resposta: Não sei se consegui alcançar a sua pergunta .... O processo
reencarnatório refere-se ao todo de nossa vida e não especificamente a um
momento desta encarnação. Evidentemente reencarnado aos 7 anos de idade, o
espírito assume sua bagagem transcendente, isto é , relativa as suas vidas
sucessivas, Desta forma, gradativamente, a individualidade espiritual vai
deixando suas pegadas na personalidade presente. A criança antes dócil ,
pode ir demonstrando mais 'opinião' , a quietinha não pára mais em casa, e
assim por diante. Como na adolescência há uma crise de autonomia mais
marcante devida inclusive a eclosão hormonal , pode ser que estas
características, as mais das vezes difíceis, venham a tona .As lições
pelas
quais o espírito deve passar já como aluno repetente, visando crescimento
e
aprendizado surgem e nem sempre, nós, adolescentes ou não , somos bem
sucedidos. Confiemos pois todas as circunstâncias estão a favor da criatura,
conforme nos lembra Emmanuel.
--- Questão [#011]
O jovem tem espaço como trabalhador da casa espírita? Se afirmativo, o que
o
jovem deve fazer para conquistar este espaço ?
Resposta: A casa espírita com mais razão reconhece em seus frequentadores,
espíritos "embalados" em corpos de várias idades. Desta maneira , o quanto
antes o trabalhador mirim começa a sua formação. Os mais novinhos vão ajudar a
professora de Evangelização arrumando a sala, carregando o material , montando
o material...Um pouco mais tarde , acompanhando os pais, já estarão na
campanha do quilo, carregando a sacola menor, depois já podem participar
da
visita fraterna quando o perfil da problemática do visitado o permita.
Neste
processo será natural que o jovem seja capaz de responder por uma campanha
interna, e vá crescendo em responsabilidades e aptidão para coordenar um estudo
ou uma reunião de jovens., chamada de Mocidade.Segundo o Codificador Allan
Kardec é preciso que nos amemos e nos instruamos. O candidato a tarefa terá
como piso a boa vontade mas entenderá que esta característioca nobre em si
mesma , é piso para a instrução doutrinária. Formada esta base, através de
manuais de 'Como fazer' largamente distribuidos pelas federativas ou mesmo pela
própria casa frequentada, facultará ao jovem o desempenho útil a si e aos
demais. Feito assim , oferecer-se sem ansiedade. Aguardar. Quando o trabalhador
está pronto, o trabalho aparece.
--- Questão [#012]
Que posturas a casa espírita deve adotar na questão do sexo pré nupcial ?
Resposta: Postura de respeito ao livre arbítro de cada consciência. Nunca
julgar; informar e aguardar a determinação do foro íntimo dos envolvidos. Fugir
entretanto ao pieguismo de tudo aceitar sob o pretexto da compreensão cristã.A
casa espírita , entre outras características, é também escola e
portanto não foge a disciplina em seus domínios. Ao adentrá-la devemos
respeitar suas determinações. Namoros esfogueados como muitas vezes temos
presenciados as portas do templo espírita , são indicativos de que há algo a
ser reorientado. Quantas vezes no exercíco da tarefa de expositora, observamos
na platéia casais que pretextando assisistir ao estudo, ali se encontram com o
interesse claro de apenas namorar como se o auditório espírita se assemelhasse
a uma sala de cinema.... A disciplina antecede a espontaneidade,
recomenda-nos
o benfeitor Emmanuel . Nada temos contra o carinho natural aos casais que se
namoram, nem mesmo a atividade sexual , natural e desejável em nossas vidas. O
que nos recomenda a conduta é o bom senso , a adequação a nós e a quem nos
assiste. E a responsabilidade pelos próprios atos e suas consequencias.
--- Questão [#013]
Gostaríamos se possível de saber, o que ocorre com o adolescente, que
nesta
fase da vida apresenta um grau elevado de irritabilidade?
Resposta: As crises de autonomia registradas pela Psicologia do Desenvolvimento
são quatro: aos 4 anos; aos 12; aos 14; aos 21 anos. Sua finalidade é, através
da agressividade (lembre-se para a Psicologia agressividade é um impulso
saudável , uma garra de viver e não violência como o leigo imagina e se tornou
popular)transformar o ser em indivíduo , pessoa singular para si mesma ,
portadora de direitos constituidos pela sua conduta . Isto se faz , na prática
, com um tanto de raiva. A raiva é uma das emoções naturais, isto é
, faz
parte de nosso repertório humano. As demais são alegria, tristeza, medo.São
nossas professoras, melhor , orientadoras, pois se não a negarmos aprenderemos
com elas sobre nós mesmos.
Assim é que a raiva , gera autonomia, a alegria gera otimismo e
convivência
externa; o medo gera a prudencia - que é diferente da coragem vaidosa e a
tristeza vai gerar introspecção e capacidade para ouvir as nossas próprias
respostas.
Mas atenção! As emoções são dirigidas ao nosso próprio aprendizado e não para o
outro a nossa volta. A raiva que sinto pelo que voce me fez serve
para que eu aprenda sobre mim mesma; para que eu aprenda a me defender de voce
, se for o caso , e NÃO para lhe agredir , lhe desrespeitar, brigar , xingar ,
bater...... Esta é a indispensável referência de conduta. Já a irritabilidade é
, por assim dizer, um sub produto da raiva. Algo inconsistente , uma falta de
educação, uma fraqueza de argumentos convincentes.Parece-me que combina bem com
o ser que adolesce e procura por sua própria definição. Pode ser também
reativa, devido a muita exigência e repressão. Vamos ajudá-lo .
--- Questão [#014]
Sabemos que na adolescência o espirito se mostra como o é! E na infância temos
de o dever de reparar as mas pendências dos filhos amados! Assim pergunto até
onde devemos usar da autoridade de pai e mãe, sem tolher os filhos para
que
não sejam inseguros e revoltados no futuro?
Resposta: O ideal comum que está presente em todos os seres é o da
liberdade.
Na doutrina Espírita está expresso no conceito do livre arbítrio , a nós
outorgado após o pensamento contínuo e a noção de responsabilidade,
inicialmente grupal e a na sequencia, individual , conforme podemos ler em
Evolução em Dois Mundos. O dever dos quais os pais são portadores em relação a
educação dos filhos, termina onde começa a exigência. A educação , assim como o
alimento comum , não deve se posta "goela abaixo" daqueles a quem amamos. Nos
casos de inapetência é preciso buscar suas causas , sanando-as; nos casos de
rebeldia também. Ademais o próprioCriador tem para conosco um infinito e
paciente Amor. A reencarnação , dando-nos tempo para aprender, é prova
disto.Porque nós , que também somos estudantes da evolução teríamos conduta
diferente com nossos filhos? Já a autoridade precisa ser exercida. A palavra
deriva de autor, isto é , aquele que fez, o que assinou, o que é responsável
pelo feito. Está em relação direta com a nossa capacidade de fazer , tantoé que
autores existem aos montes, bons e maus. A autoridade boa está em razão direta
com a humildade; com a capacidade de entendermos que o melhor possível a nós
não é o melhor que existe. As falhas são decorrentes
naturais da nossa condição humana. Entendendo isto , vamos relaxar um pouco.
Vamos fazer dentro de nossas possibilidades. Deus fará o resto por nós, e por
nossos filhos.
Cabe aos pais o bom exemplo, a referência do sim e do não, o interesse amoroso
pela conduta do filho, a contribuição para a sua qualidade de vida,
a apresentação da religião e a vivência de valores consoantes a esta escolha.
Vale também a reprimenda, castigo que é limite por determinada
atitude indesejável do filho, a suspensão de certos privilégios, tudo em favor
da pedagogia, isto é da educação . Cuidar para que o personalismo , o
autoritarismo não se mesclem em sua conduta. Se ainda assim o filho se revoltar
no futuro , é porque a revolta é o seu desafio evolutivo mas não porque nós ,
pais , a cultivamos em seu coração. Para finalizar lhe digo que educar é mesmo
muito difícil. Não desanime. Voce não está sozinho com
suas dúvidas.
Autor: Alcione Albuquerque de Andrade
Todo esse material provém dos sites: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo e da Revista Eletrônica O Consolador.
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