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Foi há poucos dias. Aconteceu, entre as conversas da guerra que parece bater à nossa porta, considerando que somos, afinal, uma aldeia global.

O que ocorre de um lado do mundo afeta todos, das mais variadas formas.

O comentário era de que os humanos temos limitações para percebermos, sentirmos e nos decidirmos pela paz.

E concluiu nosso interlocutor: São tão poucos os vultos históricos que podemos considerar pacificadores.

A afirmativa nos levou a pensar: Seremos mesmo poucos?

Acudiu-nos à mente o versículo do Sermão da Montanha: Bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus.

E, nas recordações, foram desfilando: Mohandas Karamchand Gandhi e sua ação de não violência, através da qual conseguiu libertar seu país do jugo estrangeiro; Martin Luther King Junior, igual adepto da não violência e sua luta pelo fim da segregação racial nos Estados Unidos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto Hitler, de um lado, coordenava suas tropas para matar milhares de judeus, do outro, estava Irena Sendler, assistente social polonesa, que salvou nada menos que duas mil e quinhentas crianças judias.

E que se dizer do diplomático arcebispo Ângelo Roncalli que, quando estourou esse segundo conflito mundial, salvou muitos judeus com a permissão de trânsito, fornecida pela delegação apostólica.

Lembramos de Aracy Guimarães Rosa, a paranaense que conseguiu passaportes para judeus virem para o Brasil, mesmo quando o governo brasileiro lhes fechara as portas.

Fazia muito mais. Acompanhava os refugiados até o navio, muitas vezes levando, em sua bolsa, as joias de alguns deles.

Por trabalhar no Ministério das Relações Exteriores, em Hamburgo, não era revistada e assim, somente quando eles estavam, a salvo, no navio, ela lhes entregava os bens.

Na Guerra do Paraguai, lembramos da baiana Ana Néri, que se fez enfermeira voluntária para atender feridos de ambos os lados do conflito.

Ficou conhecida como a Mãe dos brasileiros. Um dos seus três filhos morreu na guerra. Quando ela retornou ao Brasil, trouxe consigo três órfãos.

Promotores da paz.

Esses têm seus nomes registrados na História.

Contudo, temos que considerar quantos pacificadores dispõe o mundo, em todas as épocas.

É pacificador o pai de família que trabalha para manter os seus. E dá aos filhos a lição da honestidade.

É pacificador todo aquele que não provoca discórdias no seio familiar, entre amigos, no templo religioso que frequenta.

É pacificador aquele que veicula, nas redes sociais, entre seus grupos de amigos somente notícias que elevem o ânimo e promovam o bem.

É pacificador aquele que descobre a dor e se propõe a amenizá-la.

É pacificador aquele que enxuga lágrimas, na calada das horas; aquele que tem a consciência tranquila, pelo dever retamente cumprido.

Em tese'>síntese, somos pacificadores todos os que, descobrindo necessidades ocultas, nos disponhamos a saná-las.

Todos os que oramos pela paz, que cooperamos com a paz, com nossos pensamentos positivos, altruístas.

Somos todos nós, os cidadãos honrados.

Somos muitos, tenhamos certeza.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita. Do site:http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=6692&stat=0


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