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O maior desafio da criatura humana é a própria criatura humana em toda a sua complexidade orgânica, emocional, psíquica e social.

Constituída pela faculdade de pensar, é a tese'>síntese de múltiplas experiências vivenciais que se acumulam no inconsciente profundo, em extraordinária tentativa de encontrar a plenitude.

Herdeira de si mesma no longo percurso das reencarnações, enfrenta a soma das experiências de todo jaez, a fim de definir o rumo ético a seguir.

Sabe que a existência carnal é uma divina concessão para fazer desabrochar os valores que lhe dormem no imo do ser, consequência sublime e natural da sua origem divina.

Caminhando pela senda inexorável da Vida, faz-se o construtor das ocorrências que irão sucedendo mediante o próprio comportamento.

Submetido à Lei de ação e de reação, adquire a capacidade do discernimento para identificar os caminhos que o conduzem ao estágio de harmonia ou de desestruturação da emotividade, dando lugar às dores e às aflições.

De um lado, experimenta a propensão para as ações que proporcionam o prazer, derivadas dos instintos primários, que respondem de imediato e impõem a permanência por funcionarem automaticamente. Do outro, as aspirações emocionais pelo bom, pelo belo, pelo transcendente.

Lentamente aspira pelas belezas que impelem para a superação dos gozos carnais e as sutis alegrias transpessoais que o irão fascinando.

Descobre ser uma energia pensante e não apenas um conglomerado de células caprichosas que o retém nas faixas mais grosseiras das sensações.

Nesse momento descobre a ética libertadora das paixões primárias que o mantém atado aos fenômenos eminentemente materiais.

Nisto reside o sentido da vida: luta pela conquista do ser espiritual de que se constitui, no seu caráter de imortalidade.

Nova escala de valores apresenta-se-lhe como diretriz de segurança para toda e qualquer situação que defronte.

Infelizmente, a predominante cultura materialista indu-lo a comportamentos agressivos, antiéticos que o aturdem e aprisionam nos tormentos emocionais geradores de enfermidades somatizadas ou não, nos quais se debate dolorosamente.

O percurso a vencer nesse processo evolutivo constitui a provação ou expiação que lhe é imposta pela Criação, a todos propiciando os mesmos mecanismos libertadores.

Estamos às vésperas do Carnaval, festa portadora de elementos coletivos de alegrias e de prazer. Criado para que sejam liberados conflitos, identificadas satisfações agradáveis, ei-lo transformado em campo de libertinagem sexual e de exorbitante uso de drogas degenerativas para a exaustão dos sentidos servis e destrutivos dos valores morais, nos quais se devem apoiar todos aqueles que anelam por alegria e bem-estar.

As extravagâncias que se permitem os indivíduos nos dias dedicados ao tradicional Rei Momo são convertidos em período de deboche, de alucinação em que tudo se faz permitido, reduzindo-se o indivíduo a um transtornado gozador de coisa nenhuma.

O abuso e o excessivo comportamento de torpes condutas violentam o ser na sua complexidade e o degradam, conduzindo-o a situação abjeta, destrutiva.

Enfrenta, portanto, os desafios com as emoções espirituais e frui paz.


Por: Divaldo Franco, Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 20.2.2020. Do site: http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=614


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