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Sentaro é um homem que repete diariamente a mesma rotina. Acorda tarde, abre o quiosque em que trabalha, faz panquecas recheadas com pasta de feijão, chamadas de dorayakis, atende os poucos clientes que tem e nunca sorri.

Numa manhã em que as cerejeiras estão floridas e o vento espalha pétalas e aromas pelo ar, uma idosa se aproxima, se apresenta e pede emprego. Diz que sempre sonhou em trabalhar fazendo o que ele faz. Seu nome é Tokue.

Sentaro observa que as mãos dela estão atrofiadas e possuem calosidades severas. Diz que o trabalho é muito difícil e que não pode contratá-la.

Tokue retruca que faz a pasta de feijão há cinquenta anos. Mesmo assim, ele lhe nega emprego, dá-lhe um dorayaki e a dispensa.

No dia seguinte, Tokue retorna. Diz que a massa da panqueca é boa, mas o recheio, que é a alma do dorayaki, é ruim.

Sentaro diz que compra o recheio pronto. Ela pede novamente que a contrate, dá ao rapaz um pote com a pasta de feijão que ela mesma faz e vai embora.

Quando Sentaro experimenta a pasta, percebe que nunca havia comido algo tão bom.

Como esperado, assim que Tokue aparece, na manhã seguinte, ele a contrata.

A senhora lhe ensina as delicadezas do processo de cozinhar: como escolher os ingredientes, como separar os feijões, como lavar, como observar a evolução do cozimento, como agregar o açúcar sem agredir a pasta quente.

Ao mesmo tempo, vai lhe ensinando sobre a vida e as relações interpessoais.

Aos poucos, Sentaro vai se transformando e começa a sorrir.

A senhora Tokue tem uma relação de amor e gratidão com a natureza e com a vida. Sempre dispõe de uma palavra amiga e um sorriso.

Os doces ganham fama e os clientes se multiplicam. Sentaro sente que a vida também lhe sorri.

Porém, alguém reconhece na deformidade de Tokue as sequelas de uma doença que ainda causa estigma. Os clientes desaparecem.

A senhora se demite e se afasta, mas o laço de amizade com Sentaro se mantém.

O rapaz percebe que não será mais possível prosseguir como antes e, aos poucos, modifica sua vida.

Quantas vezes nos deixamos dominar por sentimentos negativos, mágoas, rancores, acreditando que não teremos força para mudar de vida, para nos libertarmos do que nos pesa na alma, como nossos vícios e defeitos.

Mas as mudanças se iniciam dentro de nós.

Por vezes, precisamos de alguém com um olhar sereno, uma alma leve, que nos faça perceber a beleza e a harmonia da natureza, da vida.

Quando nos aproximamos das leis naturais e quando as seguimos, a vida flui.

Quando resistimos a segui-las e nos afastamos delas, criamos conflitos, problemas, transtornos para nós e para os que nos cercam.

Tokue mostrou a Sentaro como funciona a lei de amor. Amor pela natureza e por todos os seres. Amor e respeito pelo que ela nos oferece e pelo que as pessoas podem oferecer.

Mostrou que o amor dá sabor à vida. Que devemos oferecer amor sempre, mesmo quando não o recebemos dos outros.

Jesus ensinava isso. Aprendamos com o mestre.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, inspirado no filme AN (O sabor da vida), de 2015, direção de Naomi Kawase. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4837&stat=0


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