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Faze da caridade a redentora chama
Cuja auréola solar, renovadora e pura,
Seja paz e consolo à sombra e à desventura
Do espinheiral da dor em que o fel se derrama...

Surja embora a aflição, ajuda, espera e ama!
Não te firam na Terra a maldade e a secura...
Segue plantando o bem, na noite imensa e escura
Em que a ilusão tateia, imersa em treva e lama.

Vergastado, sorri! Humilhado, abençoa!...
E nas lutas cruéis com que o mal te aguilhoa
Sustenta na renúncia a força de vencê-las.

E um dia, a caridade em que, humilde, te abrasas,
Tecer-te-á, cantando, a luz de níveas asas
Para a glória imortal, no fulgor das estrelas.


Por: Amaral Ornellas, Do livro: Através do Tempo, Médium: Francisco Cândido Xavier


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