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Um dia, perguntei ao Sol: que fazes
Para fulgir no eterno alvorecer?
O astro divino respondeu, brilhando:
– Ajudar e esquecer!

Interroguei à árvore: que fazes
Para florir, amar e frutescer?
Ela, embora ferida, falou calma:
– Ajudar e esquecer!

Interpelei, depois, o pão: que fazes
Para ser vida e bênção no dever?
O pão amigo acrescentou, sereno:
– Ajudar e esquecer!

E disse à fonte límpida: que fazes
Para dar-te à renúncia por prazer?
Atada ao solo, resumiu cantando:
– Ajudar e esquecer!

A própria terra consultei : que fazes
Para tudo alentar e refazer?
Maternalmente, replicou, bondosa:
– Ajudar e esquecer!

Alma, se aspiras à ascensão sublime
Na luz do amor, sem nunca esmorecer,
Guarda o lema da vida em toda parte:
– Ajudar e esquecer!


Por: Osório Pais, Do livro: Antologia dos Imortais, Médium: Francisco Cândido Xavier


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