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A oradora concluíra a conferência. Demorados foram os aplausos. Depois, longa foi a fila para os cumprimentos.

Muitos lhe foram elogiar a fala esclarecedora, em torno da imortalidade da alma. Mais do que tudo, o desassombro que revelara, naqueles sessenta minutos, afirmando, mais de uma vez, que os espíritas não temem a morte.

Quem quer que se haja convencido de que a morte é simples transição, de um para outro estágio, não a teme.

Quem quer que esteja convicto de que somos imortais, pois somos Espíritos, aguarda a morte com tranquilidade.

Ante sua presença, não se atemoriza, nada teme. Verdadeiramente, o discurso fora coerente, perfeitamente embasado na lógica e no bom senso.

Passadas algumas horas, a ilustre conferencista foi levada ao aeroporto, para a tomada do voo que a conduziria ao lar, em outro Estado.

Enquanto aguardava o embarque, aproximaram-se dois casais, dizendo que haviam assistido sua conferência, e alongaram-se em elogios, detalhando alguns dos itens abordados, especialmente o destemor à morte, que ela tão bem evidenciara.

Poucos minutos passados, todos a bordo, inicia-se a viagem. Enquanto se servia o lanche, repentinamente, o comandante informa de turbulência à frente. Logo, todos a sentem. Não se trata de uma leve e rápida turbulência, mas de problema mais grave e demorado.

O avião parecia estar sendo sacudido por mãos invisíveis. Em seguida, dava a impressão de mergulhar num grande vácuo. Foram alguns minutos, que pareceram horas, e foram suficientes para estabelecer o pânico.

Vamos cair! Vamos morrer! – Bradavam os mais desesperados.

Outros simplesmente gritavam, enquanto lhes parecia ver, como em um filme, toda a sua vida. É o momento da morte. – Pensavam. E gritavam mais alto.

A conferencista, ante tanto pânico, desestruturou-se um pouco e estava a ponto de juntar-se ao coro dos gritos, quando lembrou do que falara, fruto dos seus aprofundados e reflexivos estudos.

Lembrou-se mais: Como poderia dar mostras de pavor, de pânico, perante pessoas que a tinham ouvido elucidar a respeito da inexistência da morte?

Calou-se, fechou os olhos e pôs-se a orar por si, pelos que estavam no mesmo avião, pelos familiares de que, de imediato, recordou.

Quando tudo asserenou, o avião prosseguiu viagem, ela se deteve a refletir. Naqueles poucos momentos, dera-se conta de que ainda não vencera o temor da morte.

Sim, intelectualmente, ela sorvera a mensagem lógica, de bom senso. Emocionalmente, no entanto, ainda não a administrara o suficiente para agasalhá-la como verdade inconteste.

Retornou ao lar, pensativa e passou dias a meditar a respeito do assunto.

As verdades divinas são simples e fácil é, a quem raciocina, com lógica, aprendê-las.

Algo bem diferente é vivê-las, ou seja, conduzir a própria vida, dentro dos seus parâmetros.

Isso tem a ver com a grande diferença que existe entre o intelecto e o emocional: o pensar e o sentir.

O intelecto aceita, mas nem sempre o sentimento o faz, na mesma dimensão e temporalidade.

Pensemos nisso e nos permitamos reflexionar um tanto mais em torno da vida que não morre, que prossegue ativa e exuberante.

Pensemos a respeito da passagem de uma para outra realidade, a qualquer tempo em nossa vida.


Por: Momento Espírita, Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado por Sandra Della Pola, em ciclo de Qualificação do Trabalhador Espírita, no Recanto Lins de Vasconcellos, em Balsa Nova, PR, em 15 de fevereiro de 2014. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4101&stat=0


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