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De quando em quando os adversários do Espiritismo ressuscitam a carcomida tese da proibição Bíblica de se evocar os mortos. A proibição contida no Deutoronômio e outros livros da Bíblia foi reforçada por Saúl, que encetou forte perseguição aos feiticeiros, magos, encantadores e àqueles que conversavam com os mortos.

Mas isto não impediu Saúl procurar a Pitonisa de Endor, para comunicar-se com Samuel, já falecido, e dele receber conselhos sobre a terrível batalha que seria travada contra os Filisteus.

A proibição foi mantida por mais de um milênio, e não poucos sofreram as conseqüências da desobediência à lei de Moisés, e foram sacrificados, mesmo quando bem intencionados.

Os séculos passaram velozmente pela esteira do tempo, e a Terra recebeu a encarnação do Messias de Deus, Jesus de Nazaré, que nasceu numa pequena aldeia da Galiléia, e veio trazer uma mensagem de amor e perdão para toda a humanidade. Seu objetivo foi ensinar o homem a descobrir o Reino de Deus dentro de si mesmo.

Um dia esse homem chamou três de seus discípulos e subiu a um Monte, o Tabor, e ali, tendo por médiuns Pedro, Tiago e João, começou a orar e as suas células se transformaram em miríades de estrelas. A seguir se materializaram, diante dos discípulos espantados, Moisés e Elias. Os dois conversaram longamente com Jesus, porém, do que trataram ninguém sabe, mas com certeza conversaram a respeito dos destinos da humanidade.

Entretanto, o maior objetivo desta reunião, uma verdadeira sessão espírita de materialização, foi a de revogar uma lei humana promulgada por Moisés, que proibia a manifestação dos mortos. É verdade que a lei era bem intencionada, pois combatia os abusos dos que exploravam os fenômenos mediúnicos, tirando vantagens pessoais e induzindo pessoas ao erro..

Se a lei da proibição que selava os túmulos fosse divina, Jesus não teria provocado a materialização dos dois profetas, pois ele afirmou que veio para cumprir as leis, e não revogá-las.

Jesus revogou uma lei sancionada por Moisés, portanto, humana, local, temporal. Se o diálogo entre Jesus e os dois profetas não foi registrado, mas com certeza ficou marcado o simbolismo do acontecimento. Naquele momento Moisés levantava as lápides dos túmulos para mostrar que estavam vazios, ao mesmo tempo que retirava o selo colocado por ele nos lábios dos mortos. Neste momento os dois mundos, o físico e o espiritual davam-se as mãos, numa verdadeira aliança em favor do redenção humanidade.

Portanto, o velho e surrado argumento de que os espíritas desobedecem a lei do Deutoronômio ao evocar os mortos, é falha em si mesma, pois o próprio Jesus revogou essa lei antinatural, não só no Tabor, pois todo o Cristianismo primitivo está repleto de comunicações dos mortos com os vivos, especialmente nas suas sessões pneumáticas, de pneuma - igual sopro - espírito. A prática se tornou tão usual que obrigou Paulo de Tarso, posteriormente, escrever aos Corinthios, instruindo-os de como se realizar uma sessão espírita, chamada na época de Assembléia dos Fiéis.

Jesus esteve presente na primeira e memorável Sessão Espírita do Cristianismo realizada no Monte Tabor, com certeza tem estado presente e estará sempre em todas sessões espíritas realizadas em seu nome e sob a égide do amor.


Jornal Verdade e Luz Nº 177 de Outubro de 2000


Por: Amílcar del Chiaro Filho, Caso tenha ou possua, envie-nos a referência desse texto.


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