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Em artigos anteriores abordamos a questão de autores e vítimas de crimes hediondos, tragédias, etc. Sobre autores intelectuais ou executantes afirmamos que todos têm real possibilidade de alterar o rumo dos acontecimento pela liberdade de opção: fazer ou deixar de fazer. Sobre as vítimas, ficou claro que, em determinadas circunstâncias, a pessoa poderá sujeitar-se a tais acontecimentos como caminho de resgate da própria consciência, frente a insucesso e equívocos do passado – recente ou remeto.
Podemos indagar, todavia, se alguém que sofre uma violência brutal, com ou sem morte da vítima, estaria predestinado a sofrer tal ação. Isto não seria um outro determinismo? Ou, em outras palavras, a pessoa veio programada para sofrer tal ou tal brutalidade? Do ponto de vista dos autores, já vimos que ninguém vem predestinado a cometer o mal, pois tudo depende da sua opção e liberdade. Mas, e as vítimas?
A conhecida citação de que “o amor cobre a multidão de pecados” (1Pedro 4:8) cabe nesse contexto. Alguém poderá realmente ter cometido muitos erros, prejudicado muita gente, feito atrocidades contra terceiros. Isto em absoluto quer dizer que ela terá que sofrer os mesmos tormentos que fez outros sentirem. Vamos a um exemplo simples.
Uma mulher que cometeu diversos abortos. Necessariamente não terá que ser abortada em outra existência ou sofrer as agruras de um câncer intrauterino. Imaginemos que quando compreender o erro do aborto, esta mesma mulher colocar-se para cuidar de filhos alheios, seja numa creche, no atendimento a gestantes, na confecção de enxovais de filhos de mães carentes ou mesmo na direção de um orfanato. Essa dedicação, esse amor dedicado a terceiros poderá “apagar” a mancha consciencial de delitos passados.
Alguém que sujeitou outra pessoa à violência do estupro e arrependido, desejando reparar-se perante a própria consciência, poderá redimir-se por exemplo como médico que atende gratuitamente mulheres carentes vítimas do câncer e assim em diversas outras situações. Quer dizer, sempre teremos que reparar o mal praticado, mas os caminhos são variados e “o amor sempre conseguirá cobrir a multidão de pecados”. Como o caso daquele homem que solicitou perder o braço (em virtude ato vergonhoso no passado), mas como era uma pessoa muito caridosa perdeu apenas a ponta do dedo indicador. Não há, pois, um determinismo. Sempre poderemos consertar os erros, mas somente o amor liberta a consciência.


Por: Orson Carrara, Texto enviado pelo próprio autor para publicação em nosso site


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